Domingo, 28 Abril 2024

Presidente Dilma receberá líderes do MST nesta quinta-feira

Presidente Dilma receberá líderes do MST nesta quinta-feira
A presidenta Dilma Rousseff terá uma audiência com representantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) nesta quinta-feira (13), às 9 horas, no Palácio do Planalto., em Brasília. A informação foi divulgada pelo ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, à Agência Brasil, após a ocupação de 15 mil militantes das praça dos Três Poderes, no final da tarde desta quarta-feira (12). No local, houve confronto com a Polícia Militar. 
 
A marcha até a praça dos Três Poderes foi o último ato desta quarta-feira (12), terceiro dia do VI Congresso do MST, que reúne militantes de 23 estados e 250 convidados internacionais. Uma delegação capixaba composta por 300 pessoas também participa do encontro, que começou nessa segunda-feira (10) e vai até sexta (14).


O protesto cobrou mais rapidez na reforma agrária no Brasil. Os militantes entoavam gritos e exibiam cartazes com mensagens como "Dilma, cadê a reforma agrária?", "Exigimos uma reforma política" e "Dilma, se liberte do agronegócio". Em seguida, entregaram Gilberto Carvalho uma carta-manifesto pela reforma agrária.



O MST alerta que 2013 foi um dos piores períodos para a reforma agrária no Brasil. Apenas cerca de sete mil famílias foram assentadas no ano, com a desapropriação de 100 áreas em 21 estados. O governo Dilma, em número de desapropriações (176), só não perde para os três anos do governo Collor, quando foram desapropriadas apenas 28 áreas.



O movimento também reitera que o número de acampados, que já passam de 150 mil famílias em todo o Brasil, comprova a necessidade de uma política efetiva para o setor. O congresso também tem o objetivo de denunciar a estagnação nesse processo. 
 
 
 
Sem terrinhas
 
Ainda nesta quarta-feira pela manhã, os sem terrinhas, grupo composto pelas crianças do MST, e professores das áreas rurais ocuparam a sede do Ministério da Educação (MEC). A intenção deles não era dialogar com o governo, mas sim denunciar a situação de descaso com a educação no campo. Segundo o movimento, foram fechadas 37 mil escolas no campo nos últimos 12 anos, os profissionais da educação são desvalorizados, e não há uma política de erradicação do analfabetismo.
 
Márcia Mara Ramos, que integra o setor de educação do MST, explica que quando as escolas no campo são fechadas, os alunos são obrigados a andar por mais tempo ou usar ônibus precários, sem as condições mínimas de segurança, para chegar às salas de aula. Entre os sem terrinhas, há reclamações sobre a má qualidade da alimentação escolar, que para eles deveria ser mais saudável, e a constante falta de professores.



Os sem terrinhas leram um manifesto em frente ao Ministério da Educação, enfatizando que os acampamentos e assentamentos do MST têm plantações de comidas variadas (policulturas) e criação de animais saudáveis. "E não precisa usar veneno, porque com a criação de bichos pode diminuir bastante os besouros e as lagartas que estragam as plantações. As terras são todas roçadas para poder plantar". Na carta, é exposta ainda a oposição entre esse tipo de aproveitamento de campo e o agronegócio que, por ser uma monocultura, precisa usar muitos venenos, que geram doenças e provocam a perda da qualidade da comida, para que as plantas não estraguem. 
 
O MST reivindica a construção de 400 escolas nos assentamentos da reforma agrária, para atender à demanda das famílias. Atualmente, existem apenas 76 mil escolas no campo, muitas das quais funcionam sem biblioteca, laboratórios e até mesmo sem água encanada.
 
Reforma Agrária Popular

 
O VI Congresso Nacional do MST tem como tema “Lutar, construir Reforma Agrária Popular”. O balanço dos representantes do MST capixaba com relação ao congresso é positivo, sobretudo pela integração dos sem terra com militantes de outros movimentos e com os cidadãos urbanos, uma forma de integrar o campo e a cidade.
 
O MST completou 30 anos de existência em janeiro deste ano. A principal intenção do evento é discutir e fazer um balanço crítico da atual situação dos sem terras no País e traçar novas formas de luta pela terra, pela reforma agrária e por transformações sociais. Além disso, apresentar o programa de Reforma Agrária Popular, um conceito que não abrange somente a distribuição de terras, mas também a implantação de infraestrutura no campo. Esse programa seria uma forma de levar ao campo as infraestruturas educacional, de saúde e de lazer, fundamentais para que ocorram nesses territórios transformações sociais, como a erradicação da pobreza e do êxodo rural, situação atualmente imposta pelo agronegócio, um modelo de agricultura que visa somente ao lucro.
 
O congresso está focado em reivindicações nacionais, como as estratégias de luta do movimento e o assentamento de famílias acampadas. Essa questão atinge diretamente 70 famílias no Espírito Santo. Muitas delas, como relata a coordenação estadual, estão cadastradas como assentadas no registro da reforma agrária do governo federal quando, na verdade, estão acampadas em terras que ainda não foram destinadas à ocupação.

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