Domingo, 28 Abril 2024

Presos baianos que extraíam lambretas em Estação Ecológica

Presos baianos que extraíam lambretas em Estação Ecológica
A equipe de fiscalização da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Vitória (Semmam), com ajuda das Polícias Ambiental e Militar, prendeu quatro baianos que faziam a extração irregular do marisco lambreta na Estação Ecológica Ilha do Lameirão, em Vitória. A ação foi na tarde desta terça-feira (22). Foram apreendidos com eles 22 sacos de lambretas, cada um com 50 dúzias do animal, uma enxada e dois facões, material usado na extração irregular do marisco. Na manhã da quarta-feira (23), após serem medidos, pesados e mantidos em local apropriado, os animais foram devolvidos ao mangue.
 
A constatação do crime ambiental se deu durante uma fiscalização rotineira na Estação Ecológica, como explicou Andrea Campos Rocha, administradora da unidade de conservação. Nas proximidades do bairro Grande Vitória, em Vitória, foi avistado um barco com quatro pessoas e três sacolas de lambretas, que são na cor vermelha, parecida com as que se armazenam cebolas, que foram apreendidas. Foi explicado aos marisqueiros que a atividade não era permitida naquela região por se tratar de uma unidade de conservação.
 
Em outro ponto da estação, nas proximidades do ponto final do bairro Maria Ortiz, também em Vitória, foram encontrados os 22 sacos, que estavam amarrados dentro da água do mangue, uma técnica utilizada para que os animais não morram, para depois serem armazenados em uma casa nas proximidades. Os baianos estão detidos no Departamento de Pesquisas Judiciárias (DPJ) de Maruípe.
 
Segundo Andrea, existem pontos de coleta e extração das lambretas nos bairros Santo André, Grande Vitória e Maria Ortiz, e esses marisqueiros não são os mesmos que foram observados em outra vistoria, em maio deste ano. Os marisqueiros são trazidos da Bahia por um atravessador, responsável por alojá-los precariamente em casas nesses bairros e por levar os animais extraídos para venda no estado vizinho.
 
A lambreta é um molusco muito apreciado na culinária baiana, mas pouco consumido no Espírito Santo. A captura desenfreada do animal no litoral da Bahia fez com que o marisco desaparecesse na região e, agora, os marisqueiros que extraem esse animal avançam em direção aos manguezais capixabas. No Estado, as lambretas ainda existem em grandes quantidades, já que não são amplamente apreciadas na culinária local.
 
A captura é feita de forma predatória, com enxadas e facões, que podem causar danos às plantas e animais nativos, além de prejuízos nas raízes arbóreas e na terra arenosa do mangue. O maior problema é que os marisqueiros baianos ensinam essa forma de extração predatória aos marisqueiros locais, que têm a autonomia de entrar na Estação Ilha do Lameirão para extrair o sururu e demais mariscos usados na culinária capixaba, e acabam usando a técnica predatória para capturar as lambretas e conseguir uma renda extra com a venda para os baianos.
 
Em agosto deste ano, o vereador Serjão Magalhães (PSB) encaminhou requerimento de informações à Semmam  para conhecer as ações realizadas pela Prefeitura Municipal de Vitória para coibir a extração irregular do moluco. Na ocasião, o vereador se baseou em denúncias divulgadas no mês de maio por Século Diário e ainda de moradores.
 
Em resposta ao vereador, a Semmam informou que as providências tomadas para coibir a extração irregular dos moluscos lambretas na Ilha do Lameirão, são as incursões periódicas da Gerência de Fiscalização. Além disso, após a constatação da atividade ilegal, foi solicitado que a Coordenação de Fiscalização Ambiental e a Administração da Estação Ecológica entrassem em contato com a Polícia Militar Ambiental, com a Guarda Municipal e com os agentes de proteção ambiental da Semmam para "ação articulada de coibição da atividade, apreensão do produto e demais medidas necessárias". Ainda segundo a prefeitura, não houve denúncias sobre a cata da lambreta, a constatação do fato foi observada por ações rotineiras da equipe técnica da Semmam.

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