Sexta, 17 Mai 2024

Produtores rurais querem impedir instalação de aterro sanitário no norte do Estado

 

O aterro sanitário que será feito pela Vital Engenharia Ambiental, empresa do grupo Queiroz Galvão, em Linhares, no norte do Estado, apresenta um iminente perigo de contaminação às águas do Rio Doce. O aterro será instalado em uma área a dois quilômetros de distância do rio onde, segundo os produtores rurais locais, é possível encontrar água a três metros de profundidade.
 
O local fica a seis quilômetros da comunidade de Bebedouro e a quatro quilômetros de Rio Quartel. Juntas, essas comunidades, que são abastecidas pelo rio, somam cerca de 10 mil habitantes. Além do risco iminente de poluição da água e de transbordamento do lixo em direção ao rio, a distância muito curta entre a área povoada e o local da obra pode fazer com que os moradores tenham contato com o lixo que venha a transpassar a barreira de isolamento permeável do fundo do aterro.
 
Na exata área em que a obra será realizada, existe um cafezal produtivo. Os lotes vizinhos produzem, entre outros, mamão, cacau, leite, pimenta e banana. 
 
No local do aterro serão realizados o manejo, o acondicionamento, o tratamento e a destinação final dos resíduos de classe I – Perigosos (segundo a Política Nacional de Resíduos Sólidos, aqueles que, em razão de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade, patogenicidade, carcinogenicidade, teratogenicidade e mutagenicidade, apresentam significativo risco à saúde pública ou à qualidade ambiental, de acordo com lei, regulamento ou norma técnica) e classes IIA e IIB – Não Perigosos (segundo a mesma lei, os que não se enquadram como perigosos), de origem urbana ou industrial, gerados na região de Linhares. 
 
Proprietários rurais do local estão cientes do problema e procuram conscientizar a população para retirar o empreendimento do local. Eles reconhecem, ainda, que o projeto do aterro é muito bom, mas não é apropriado para o local, dadas as características geográficas e sociais da região.
 
Um abaixo-assinado direcionado ao Ministério Público do Estado do Espírito Santo, ao Ministério Público Federal, ao Instituto Estadual de Meio Ambiente (Iema), ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), ao Conselho Estadual de Meio Ambiente da Assembleia Legislativa e à Ordem dos Advogados do Brasil – Seção do Espírito Santo, que já possui mais de 1,5 mil assinaturas, pede que o processo do aterro seja suspenso e realizada uma audiência pública para discutir soluções para o caso.

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