Sábado, 20 Abril 2024

Reservatórios de água já estão com níveis de pré-racionamento de energia

Com o longo período de índice de chuvas abaixo do normal, neste verão, os reservatórios de água do Sudeste e do Centro-Oeste, responsáveis por cerca de 70% da produção de energia hidrelétrica do País, já têm níveis próximos aos apresentados no período anterior ao último racionamento de energia, em 2001. 

 
Segundo relatório do Operador Nacional do Sistema Elétrico (NOS), no dia 6 de janeiro os reservatórios do sistema nas duas regiões estavam com 28,54% de sua capacidade, o nível mais baixo nos últimos 10 anos para o período e praticamente igual ao registrado em dezembro de 2000 (28,52%).
 
Assim, neste período atípico de seca prolongada, 24% da demanda nacional está sendo fornecida por termelétricas, que hoje têm mais que o dobro de capacidade de geração de energia que o sistema tinha em 2001. A prática é comum para poupar água das hidrelétricas, visando à normalidade dos reservatórios, apesar de elevar o valor das contas de luz.
 
Desde outubro, porém, as termelétricas operam no limite. Se a falta de chuvas no País continuar, já não haverá recursos disponíveis para manter o sistema como está e, assim, a única opção restante será mesmo o racionamento.
 
Em entrevista ao Jornal da CBN na manhã desta terça-feira (8), o especialista Sérgio Abranches comentou o caso e afirmou que o uso indiscriminado de termelétricas pode causar dano ambiental. Esse tipo de usinas utiliza, para a geração de energia, o gás natural, que também é necessário para a indústria. Caso falte gás, essas indústrias teriam que usar óleo para a sua produção, o que acarreta em mais poluição.
 
Cidades como São Paulo, que tem grande quantidade dessas indústrias e já sofre com altíssimos índices de poluição, ficariam ainda piores.
 
Além disso, Abranches também criticou o fato de o governo federal ainda não ter pedido para a população economizar energia. Segundo o especialista, se houvesse um apelo neste sentido, ao menos uma termelétrica poderia ter sido substituída. “Com medidas simples de economia de energia, haveria redução de custos para a população e menos desperdícios”, afirmou.
 
O ONS informou que, nesta quarta-feira (9), uma reunião do Conselho de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) vai debater a questão da energia, assunto que já ganha contornos de uma crise energética no Brasil. Participam do Conselho o ministro de Minas e Energia, Edilson Lobão, representantes do ONS, da Agência Nacional do Petróleo, Gás natural e Biocombustíveis (ANP), da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), da Câmara de Compensação de Energia Elétrica (CCEE), da Agência Nacional de Águas (ANA) e do Centro de Pesquisa de Energia Elétrica (Cepel).  

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