Segunda, 29 Abril 2024

Ruralistas pressionam ministro do STF para instalação de comissão especial da PEC 215

Ruralistas pressionam ministro do STF para instalação de comissão especial da PEC 215
Mesmo após especialistas evidenciarem a inconstitucionalidade da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 215/2000, que transfere do Executivo para o Congresso Nacional a palavra final sobre a demarcação de terras indígenas, a bancada ruralista persiste com a pressão ao Supremo Tribunal Federal (STF) para a instalação da comissão especial para discussão e votação do mérito da matéria.
 
A PEC 215 permite ainda a revisão de demarcações já homologadas, incluindo a dos demais territórios tradicionais garantidos constitucionalmente, omo terras quilombolas, e ainda Unidades de Conservação (UCs).
 
Nessa segunda-feira (9), deputados da Frente Parlamentar Agropecuária da Câmara se reuniram com o ministro do STF Luís Roberto Barroso, relator do Mandado de Segurança (MS) 32262 impetrado pela Frente de Apoio aos Povos Indígenas, para questionar a tramitação da PEC, com pedido de liminar para que seja suspensa a tramitação, discussão e votação da proposta.



Em agosto passado, estiveram com Barroso os deputados da Frente de Apoio aos Povos Indígenas, para manifestar preocupação com a PEC 215. Eles ressaltam que seu teor e sua tramitação violam direitos e garantias individuais da população indígena e cláusulas pétreas da Constituição Federal.



A expectativa é que o ministro se manifeste em breve sobre a instalação da comissão especial. O presidente da Câmara,  Henrique Alves (PMDB-RN), havia se comprometido com os ruralistas a instalar a comissão na semana passada,  mesmo após ter prometido, no começo do mês passado, a suspensão temporária da instalação.
 
Assim como os apoiadores da causa indígena, a bancada ruralista também cobrou de Barroso, que herdou do ministro aposentado Ayres Britto a relatoria do caso, decisão sobre o território indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima. Embora não tenham efeito vinculante, ela defende que as 19 condicionantes estipuladas no processo sejam válidas para todos os territórios indígenas.



A intenção, com isso, é garantir outra investida ruralista, a Portaria 303/12, que proíbe a ampliação de áreas indígenas já demarcadas, permite a revisão desses processos e os ainda em curso, além de autorizar intervenções no território tradicional - rodovias, hidrelétricas, linhas de transmissão de energia e instalações militares -, sem consulta prévia. Após protestos realizados pelos índios em todo país, acabou suspensa pela própria AGU, até o pronunciamento definitivo do Supremo. 

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