Domingo, 05 Mai 2024

São Mateus recebe Encontro de Diálogos em Agroecologia

São Mateus recebe Encontro de Diálogos em Agroecologia
Nesta sexta-feira (2) e sábado (3), será realizado em São Mateus, no norte do Estado, o Encontro de Diálogos em Agroecologia. No evento, 18 organizações do campo apresentarão suas experiências, com o principal objetivo de promover o diálogo entre as diferentes organizações que atuam desta forma, de modo a compor uma agenda coletiva dos principais anseios desses povos. O encontro, que reunirá comunidades tradicionais impactadas pelos grandes projetos e também pelo agronegócio, servirá de preparação para o III Encontro Nacional de Agroecologia, que acontecerá em Juazeiro, na Bahia. 
 
A partir do encontro nacional, será preparada uma Carta Política que demonstrará a insatisfação dos povos do campo com o governo federal e com as políticas agroecológicas, como explica Demetrius Oliveira, da Associação de Pequenos Agricultores (APPA-ES).



O Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (Planapo), uma conquista de mais de 20 anos de luta dos movimentos do campo, foi criado com grande influência dos militantes agroecológicos, mas ainda precisa ser aprimorado para que atenda a todo o modelo de economia proposto pelos movimentos sociais. Enquanto a política ainda precisa ser lapidada, como aponta Demetrius, há a constante e contínua ameaça dos transgênicos, do aumento no uso de agrotóxicos, e a lentidão nos processos de reforma agrária no País.
 
A proposta é  que a delegação capixaba do encontro nacional se reúna, logo após o evento, para discutir uma Agenda Agroecológica Coletiva para o Espírito Santo. Para a Articulação Nacional de Agroecologia (ANA), um dos principais desafios será a reformulação e regulamentação da Lei Estadual de Agroecologia, a partir da realização de audiências públicas. Para isso, foi formada uma comissão de organizações e representantes da Bancada da Agroecologia da Assembléia Legislativa.
 
Entre os participantes do encontro estão quilombolas, pescadores e pequenos agricultores que, no Estado, são afetados por empreendimentos desenvolvimentistas. Além dos extensas plantações de eucalipto da Aracruz Celulose (Fibria), monocultivo que provoca a desnutrição do solo, seca e diminuição da biodiversidade, no fenômeno conhecido como deserto verde; o litoral capixaba é ameaçado por empreendimentos portuários, sobretudo o Estaleiro Jurong de Aracruz (EJA), que usurpou toda a área de pesca da comunidade de Barra do Riacho, e o Porno Norte Capixaba (PNC), mais conhecido como porto da Manabi, focado na exportação de minério, que afetará o povoado de Degredo, próximo a Regência, em Linhares (norte do Estado) e será construído junto a um mineroduto, que cortará os municípios de Linhares,  Baixo Guandu, Colatina e Marilândia, afetando assim diversas pequenas propriedades rurais.

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