Segunda, 06 Mai 2024

Sem-terrinhas se reúnem em Vitória nesta quinta e sexta-feiras

Sem-terrinhas se reúnem em Vitória nesta quinta e sexta-feiras
A reforma agrária, a qualidade da produção de alimentos e a manutenção das escolas rurais são algumas das reivindicações do 10º Encontro Estadual dos Sem-Terrinhas, que acontece nesta quinta (10) e sexta-feira (11), em Vitória. O lema deste ano é “Sem-terrinha em ação, construindo aliança entre campo e cidade!”.
 
Cerca de 700 crianças de 25 escolas rurais de assentamentos ocupados pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), na região norte do Estado, participarão dos dois dias de reivindicações com familiares e educadores. 
 
Os encontros estaduais dos sem-terrinha são anuais e são realizados sempre no mês de outubro, não à toa, com atividades educativas, formativas e de confraternização que comemorem, também, a semana das crianças.
 
Neste ano, serão realizadas místicas e oficinas pedagógicas no primeiro dia, seguidos de uma apresentação cultural à noite. Já na sexta-feira, haverá uma passeata em direção ao Palácio Anchieta, com concentração no Parque Tancredão, em Mário Cypreste. Os militantes esperam que o governador Renato Casagrande e representantes do governo os recebam, dispostos a ouvir e acatar as reivindicações.
 
No "Manifesto dos Sem-Terrinha Capixaba", uma das principais denúncias são sobre a precariedade das escolas dos assentamentos, que funcionam em casas antigas ou espaços construídos pela própria comunidade, ainda sem um prédio oficial. Também se relata a falta de mobiliários e, nas escolas estaduais Unidocentes e Pluridocentes, a inexistência de serventes e merendeiras.
 
As escolas rurais, reivindicam, devem dispor de ambiente comunitário, educação infantil, fundamental e média; o desenvolvimento de espaços de produção agropecuária; bibliotecas; brinquedotecas; sala de leitura e laboratório de informática com internet, além de área de lazer, equipamentos de esporte e materiais didático-pedagógicos específicos para as escolas dos assentamentos que levem em consideração os diferentes olhares das identidades do campo.
 
Os sem-terrinhas também expressam indignação em relação à qualidade dos alimentos entregues nas escolas pela empresa Comrio e pelo não cumprimento da lei que determina que no mínimo 30% dos recursos repassados pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) devem ser empregados na aquisição de alimentos provindos da agricultura familiar.
 
Entre as reivindicações, estão ainda o uso das terras do país para produção de comida saudável e sem agrotóxicos; a reforma agrária, com o fim dos latifúndios e a possibilidade do acesso à terra a todas as famílias sem-terra; a preservação do meio ambiente, das águas e sementes, sem intervenção de empresas estrangeiras nos recursos naturais que são do povo brasileiro; e uma reivindicação internacional pela liberdade dos cubanos presos nos Estados Unidos, em solidariedade àquele povo.

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