Terça, 30 Abril 2024

Sete milhões de pessoas morreram devido à poluição do ar em 2012

Sete milhões de pessoas morreram devido à poluição do ar em 2012

Dados divulgados nesta terça-feira (25) pela Organização Mundial da Saúde (OMS) traçam estatísticas alarmantes sobre a influência da poluição do ar na saúde humana. Somente no ano de 2012, cerca de 7 milhões de pessoas morreram devido à exposição à poluição do ar que, como divulgou a própria organização, se transformou no maior fator de risco ambiental para a saúde no mundo.



Entre eles, estão vítimas da poluição que se chama de interior, responsável pela morte de 4,3 milhões de moradores de lares com fogões a carvão, lenha ou biomassa, e a poluição exterior, que está na origem de 3,7 milhões de mortes em todo o mundo, sem contar aqueles que estão expostos a ambos.

 

De acordo com a Agência Brasil, as novas estimativas baseiam-se em avaliações mais rigorosas da exposição humana aos poluentes, por meio de melhores medições e tecnologias, que permitiram aos cientistas analisarem detalhadamente os riscos para a saúde em uma cobertura geográfica mais ampla.  

 

Os países de baixo e médio rendimento nas regiões do Sudeste Asiático e do Pacífico Ocidental registraram maior número de mortes associadas à poluição do ar, com um total de 3,3 milhões de mortes ligadas à poluição do ar interior e 2,6 milhões de mortes associadas à poluição do ar exterior. Segundo a diretora adjunta da OMS para a Saúde da Família, Mulheres e Crianças citada no comunicado da OMS, Flavia Bustreo, tornar o ar limpo previne doenças não transmissíveis e reduz as doenças entre mulheres e grupos vulneráveis, como crianças e idosos. Reduzir a poluição do ar poderia salvar milhões de vidas, como ressalta a OMS.

 

A Organização Mundial de Saúde revela, com os novos dados, que há uma ligação ainda mais forte entre a exposição à poluição do ar interior e exterior e as doenças cardiovasculares, como o AVC e a cardiopatia isquêmica, bem como o câncer. Mas não só: a poluição do ar também é grande responsável pelo desenvolvimento de doenças respiratórias, incluindo infecções agudas e doenças pulmonares obstrutivas crônicas.

 

Os dados também apontam ainda que uma em cada oito mortes no ano foi causada pela exposição à poluição do ar. A Agência Brasil afirma que este dado duplica números anteriores e confirma que a poluição do ar é agora o maior fator de risco ambiental para a saúde humana.



A diretora do Departamento da OMS para a Saúde Pública, Ambiente e Determinantes Sociais da Saúde, Maria Neira, alertou que os riscos da poluição do ar são muito maiores do que se pensava, principalmente no que diz respeito a doenças coronárias e Acidente Vascular Cerebral (AVC). “Poucos fatores de risco têm hoje maior impacto na saúde global do que a poluição do ar; as evidências alertam-nos que é preciso uma ação concertada para limpar o ar que respiramos”, acrescentou.

 

Segundo os dados da OMS, 80% das mortes associadas à poluição do ar interior devem-se a doenças cardiovasculares, como a cardiopatia isquêmica (40%) e o acidente vascular cerebral (40%). A poluição do ar exterior é responsável por 34% das mortes por AVC, 26% por cardiopatia isquêmica, 22% por Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (Dpoc), 12% por infeções respiratórias agudas em crianças e 6% devido ao câncer de pulmão, todas doenças provocadas por essa especificidade de poluição.  

 

Estado



Na Grande Vitória, onde a poluição do ar está acima do recomendado pela OMS, as usinas da ArcelorMittal e da Vale afetam a saúde da maioria dos moradores da região.



Dados apresentados no ano passado pelo deputado estadual Hércules Silveira (PMDB) denunciaram que os gastos com internações no Sistema Único de Saúde (SUS) por doenças respiratórias no Espírito Santo somaram um montante de R$ 21,18 milhões no ano de 2012. Só de internações em decorrência de insuficiência respiratória foram 713 atendimentos que demandaram R$ 2,7 milhões; de asma foram gastos pouco mais de R$ 1 milhão em 1.904 atendimentos; e por outras doenças pulmonares obstrutivas crônicas foram 1.180 atendimentos, com um gasto de quase R$ 974 mil. Essas doenças são, respectivamente, a terceira, quarta e quinta que geram mais gastos à saúde pública do Estado.



 



 

 

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