Sábado, 20 Abril 2024

Urgência urgentíssima: Famopes cobra ações do governo sobre poluidoras

Urgência urgentíssima: Famopes cobra ações do governo sobre poluidoras

Não param de surgir duras cobranças à inoperância do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema), da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Seama), e do governo estadual no que tange à fiscalização e punição das grandes empresas poluidoras que atuam no Espírito Santo. Nesta semana, a Federação das Associações de Moradores e Movimentos Populares do Estado (Famopes) lançou um documento em que solicita ações imediatas ao executivo estadual na área.

 
“Urgência urgentíssima”. Foi assim que a entidade caracterizou o tamanho da necessidade das providências que exige do governo. O texto continua: “estamos falando em saúde e qualidade de vida do cidadão – vidas”.
 
No texto – endereçado ao governador Renato Casagrande, à secretária estadual de Meio Ambiente, Patrícia Salomão, e ao diretor presidente do Iema, Cláudio Denicoli –, a Famopes faz diversas exigências, principalmente em relação ao aumento da poluição do ar na Grande Vitória e ao cumprimento das regulamentações ambientais existentes.
 
Sendo atrelado à política de governo – que por sua vez se baseia em investimentos das grandes empresas e, em troca, na participação efetiva destas nas formulações do executivo estadual –, o Iema tem suas ações submetidas aos interesses das corporações. E, com isso, um grande rombo ambiental surge no Estado.
 
A entidade começa o texto citando diversas matérias que circularam na mídia capixaba e na internet sobre a questão ambiental, saúde e qualidade de vida, como Vitória é a capital com maior percentual de alérgicos do País e Xô Enxofre, ambas da jornalista Flávia Bernardes e publicadas em Século Diário.
 
A Famopes cobra a implantação urgente de fiscalização rigorosa para coibir e punir as emissões fugitivas das poluidoras que atuam na Ponta de Tubarão – ArcelorMittal e Vale. Para a Famopes, basta olhar para o local para constatar a quantidade de emissão fora de fiscalização que é jogada nos ares todos os dias.
 
O documento exige também que a Licença de Operação (LO) da 8ª Usina de Pelotização da Vale somente seja liberada após a empresa reduzir significantemente as emissões e imissões de poluentes na Grande Vitória e depois que der garantia de geração zero de emissões fugitivas. 
 
Não é de hoje que a liberação da 8ª Usina recebe críticas. Há tempos a sua LO é questionada, já que a empresa é grande responsável, por exemplo, pelo aumento de 46% de poeira sedimentável em Vitória, de 2009 até hoje. As diversas denúncias e pedidos de intervenção na LO feitas à Seama, ao Iema e ao Ministério Público Estadual (MPES) não foram sequer respondidas – em especial as do Movimento Pó Preto, um dos grandes questionadores da política ambiental no Estado.
 
A Famopes exige que o governo do Estado crie o padrão para Partículas Sedimentares (PS) e faça uma revisão geral dos padrões ambientais em utilização, devido ao descompasso com os valores da Organização Mundial da Saúde (OMS).
 
A entidade também cobra o cumprimento da Lei Complementar nº 248, de 28 de junho de 2002, que dentre outras coisas, estabelece as normas de funcionamento do Iema. 
 
O documento cita principalmente os Artigos 4º e 5º, que em seus parágrafos estabelece que o instituto deve fazer o planejamento integrado do meio ambiente e dos recursos hídricos; coordenar estudos na área; elaborar normas e padrões ambientais; e, principalmente, “exercer o poder de polícia administrativa e ainda fiscalizar o cumprimento da legislação ambiental [...], tendo como objetivo a aplicação da legislação de proteção, conservação e melhoria do meio ambiente e dos recursos hídricos”, assim como fazer propostas que visem a melhorar a legislação vigente.
 
O texto termina afirmando que a entidade está certa de que o governador “irá dividir esta preocupação e este temor, agindo de maneira decisiva na determinação de que os próprios listados sejam definidos e implantados em tempo de salvar a saúde e a qualidade de vida do maior número de cidadãos capixabas”. 
 
Já que a esperança, afinal, é a última que morre.

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