USP usa radiação para tirar fertilidade do mosquito da dengue
Mais uma tentativa para conter o avanço da dengue no País foi divulgada nesta terça-feira (31). Desta vez, a novidade partiu do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena) da Universidade de São Paulo (USP): a proposta é tornar o mosquito transmissor do vírus da dengue, estéril. A idéia foi divulgada por pesquisadores através da Agência Brasil.
Segundo eles, a proposta consiste em jogar radiação na pupa, como é chamada a fase jovem do inseto, tornando o macho estéril. A informação é que com uma baixa dosagem de radiação gama, que tem como fonte o Cobalto, 60, o Aedes aegypti, fica incapaz de fecundar a fêmea.
Um levantamento recente divulgado pelo Ministério da Saúde apontou 472.973 casos confirmados da doença de janeiro ao dia 4 de julho no país. No período, foram registradas 154 mortes, o que torna grande a expectativa pelos novos experimentos.
Só no Espírito Santo a doença já causou oito óbitos confirmados e sete ainda estão sendo investigados. Ao todo, foram 14.258 notificações de casos de dengue foram registrados no Estado, sendo destes, 546 suspeitas da forma grave da doença (complicações e hemorragias).
Neste contexto, a pesquisa parece acender mais uma luz no fim do túnel. Segundo o pesquisador e coordenador da pesquisa, Valter Arthur, em entrevista a Agência Brasil, com a técnica, a fêmea põe os ovos normalmente, mas estes ovos não eclodem.
O objetivo é liberar massivamente os mosquitos estéreis na natureza para reduzir a infestação nas áreas críticas, diminuindo a probabilidade do macho normal cruzar com a fêmea normal.
Para o pesquisador, uma das vantagens da técnica é que não traz danos ao meio ambiente, uma vez que é considerado um método limpo e não utilizar inseticida.
A primeira fase do estudo será concluída em três meses. O próximo passo será o 'teste de compatibilidade', quando tentarão o cruzamento dos insetos.
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