Domingo, 05 Mai 2024

Vale e Arcelor têm 60 dias para apresentar plano de controle das emissões visíveis

Vale e Arcelor têm 60 dias para apresentar plano de controle das emissões visíveis
As empresas Vale e ArcelorMittal terão 60 dias para apresentar, ao Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema), um relatório técnico contendo a relação, descrição e identificação fotográfica das fontes que apresentem emissões visíveis de poluentes atmosféricos, bem como um planejamento com cronograma de execução para controle dessa poluição.
 
Documento nesse sentido, datado do último dia 23 de abril e assinado pela secretária de Estado de Meio Ambiente, Diane Rangel, foi entregue nessa sexta-feira (2) ao coordenador do grupo SOS Espírito Santo Ambiental, Eraylton Moreschi Junior. 
 
A secretária explica que a medida vem após as denúncias fotográficas e em vídeo enviadas por Moreschi ao Iema, que são protocoladas há anos no órgão, sem providências. No entanto, trata a questão como uma ação conjunta com as poluidoras, sugerindo que essas também atuaram, identificando – ou não – suas próprias fontes, em uma ação de fiscalização entre o órgão fiscalizador e as poluidoras. "Tais ações se deram através do recebimento e triagem dos registros, do envio de registros para que as empresas fizessem avaliação daquelas que estão sob sua responsabilidade, do recebimento de respostas, de avaliações individuais e conjuntas, de vistorias posteriores e de reunião de fechamento". 
 
Na área da ArcelorMittal, foram identificadas seis fontes emissoras, são elas: máquina de desenfornamento de coque dos fornos da Coqueria Convencional, Chaminés 1 e 2 da Coqueria Convencional, Chaminé principal da Sintetização, Chaminés das Centrais Termelétricas, Pátio da Escória 1 (em frente à Aciaria) e Prédio da Aciaria.



Já na área da Vale, as fotografias de maior incidência retratavam vapores oriundos da aplicação de supressor de pó na transferência 6PP4 (correias 6PP4/6PP6) das Usinas V e VI e vapores oriundos da aplicação de água no circuito de emergência das Usinas V e VI. Além disso, as principais fontes de poluentes detectadas de atribuição da Vale foram o carregamento de grãos e farelo nos porões dos navios no Píer 3 do Terminal Portuário e plumas de vapor com coloração avermelhada devido à aplicação de supressor de pó. O Iema também solicitou, no caso da Vale, que o plano para controle de emissões visíveis contemple as chaminés primárias, secundárias e de despoeiramento das usinas de pelotização I a VII.
 
É o próprio governo do Estado que permite o aumento da poluição do ar no Estado. Situação que só irá se agravar nos próximos anos. No dia 16 de dezembro do ano passado, o governo Renato Casagrande publicou o o Decreto 3463-R, que estabelece os padrões da qualidade do ar em todo o Estado. Este, porém, não estabelece prazos para que as metas de reduções dos poluentes sejam alcançadas, prevendo apenas uma revisão no Plano Estratégico da Qualidade do Ar (PEQAr) a cada quatro anos. Além disso, o decreto estadual também estabelece para as Partículas Sedimentáveis (PS), mais conhecidas como pó preto, o padrão de 14g/m² por mês, que é quase o dobro da média por metro quadrado mensal já registrada na estação de monitoramento da qualidade do ar da Ilha do Boi (Hotel Senac) nos últimos quatro anos de medições, e chega a ser 62% maior do que a atual média da estação do Centro de Vila Velha.

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