Segunda, 29 Abril 2024

Vale está na lista das 500 maiores poluidoras no mundo

A Vale está na lista das 500 maiores poluidoras do mundo. A informação consta no documento da Carbon Disclosure Project (CDP), organização independente que monitora as principais empresas envolvidas no aquecimento global, e foi divulgada pelo site UOL nessa quinta-feira (12). 
 
A colocação não é surpresa, sobretudo, para os ambientalistas capixabas. Vitória é uma das capitais com maior índice de alergias no país, muitas delas causadas pelo famoso pó preto, uma combinação do pó de minério da companhia com partes do carvão da vizinha ArcelorMittal.
 
O ONG SOS Espírito Santo Ambiental trava uma luta contra a Vale e a Arcelor, fotografando diariamente as chaminés das companhias, que exalam gases tóxicos, como o dióxido de enxofre, em uma fumaça de coloração escura. As imagens são enviadas mensalmente ao Ministério Público Estadual (MPE), que nunca tomou uma providência sobre o caso.
 
Além do pó preto que contamina a atmosfera da Grande Vitória, outro problema é o derramamento de pó e pelotas de minério, feito e admitido pela própria companhia, na Ponta de Tubarão entre os anos de 1969 e 1984. A Vale tem insistido para que seja feito um aterro do material e, inclusive, apresentou estudos que favorecem essa opção – os documentos chegam a declarar que a vida marinha se adaptou à contaminação. Mas nessa semana, a companhia foi questionada pela Associação dos Amigos da Praia de Camburi (AAPC), que preparou um parecer sobre esses estudos apontando erros e falhas na verificação. A AAPC afirma e comprova que a dragagem do material, ao contrário do que a Vale quer, é a melhor opção.
 
A Vale também é alvo de denúncias sobre trabalho escravo nas minas de extração do minério de ferro no estado do Maranhão.
 
A mineradora divide espaço, entre as poluidoras brasileiras com a Petrobras, responsável por crimes ambientais envolvendo extração e transporte do petróleo em todo o território brasileiro.
 
No Estado, a subsidiária Transpetro foi responsável por quatro vazamentos na região do Terminal Norte Capixaba (TNC), em São Mateus, em 2009, que resultaram na contaminação do mar e comprometeram ambientes especialmente protegidos e o equilíbrio ambiental da região, além de colocar em risco espécies ameaçadas de extinção. O Ministério Público Federal (MPF) condenou a empresa à época a pagar R$ 50 milhões de compensação ambiental referente aos danos morais e materiais causados.
 
Já no último mês de agosto, o MPF proibiu que o Instituto Estadual de Meio Ambiente (Iema) renovasse a Licença de Operação (LO) do TNC. O Iema havia emitido uma LO em 2005, com validade até 2014, sem o cumprimento da condicionante da criação da Unidade de Conservação (UC) Ambiental no distrito de Barra Nova, em substituição à UC que foi suprimida para a construção do terminal. O MPF interpretou que a única e exclusiva intenção da supressão da UC foi favorecer a Petrobras.
 
 
As 50 maiores poluidoras do grupo de 500 maiores companhias cotadas na Bolsa de Valores atuam, principalmente, nos setores de petróleo, mineração, energia, cimento e metalurgia e são responsáveis por liberar na atmosfera quase 75% das emissões de gases de efeito estufa de todo o planeta. Mais de 2,5 bilhões de toneladas métricas de CO2 foram emitidos desde 2009, um aumento de cerca de 1,7% que corresponde à poluição de mais de 8,5 milhões de caminhões nas ruas.
 
No início do ano passado, a Vale também foi eleita a pior empresa do mundo pelo Public Eye Award, prêmio organizado pela ONG Suíça Declaração de Berna, em contraponto ao Fórum Econômico de Davos, e bancada pela primeira vez pelo Greenpeace. O prêmio é conhecido como o “Nobel” da vergonha corporativa mundial e contou, em 2012, com a participação de 88 mil pessoas, das quais mais de 25 mil votaram na mineradora.

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