Quarta, 24 Abril 2024

Cariacica entrega centro de tratamento de jovens dependentes no dia 25

Cariacica entrega centro de tratamento de jovens dependentes no dia 25

Após ação civil pública (ACP) impetrada em conjunto pela Defensoria Pública do Espírito Santo e pela Defensoria Pública da União requerendo a implantação de uma unidade do Centro de Atendimento Psicossocial Infanto-Juvenil (CAPSi) em Cariacica, a prefeitura anunciou a entrega do equipamento. Segundo documento da Secretaria Municipal de Saúde, os servidores que atuarão no CAPSi passarão por treinamento durante esta semana, liberando o acesso à população a partir da próxima segunda-feira (25).


O coordenador de Direitos Humanos, Infância e Juventude da DPEES, Hugo Fernandes Matias, afirma que a instituição acompanha de perto o andamento dos trabalhos no CAPSi. “Fizemos inspeção no local das obras e estamos acompanhando a instalação do equipamento para garantir que o local está em pleno funcionamento para atender a população”, explicou.


Em abril deste ano, as Defensorias Públicas do Estado e da União conseguiram uma liminar para a ACP impetrada em outubro de 2018, determinando a implantação de uma unidade do Centro de Atendimento Psicossocial Infanto-Juvenil em Cariacica.


Em sua decisão, o juiz da 4ª Vara Federal Cível de Vitória deu ao município o prazo para iniciar a prestação do serviço. Caso não cumprisse a medida, a prefeitura deveria apresentar uma justificativa à Justiça Federal.


Desde 2016, a Defensoria Pública Estadual vem trabalhando para que o CAPSi seja construído, mas a gestão do prefeito Geraldo Luzia de Oliveira Junior (PPS), o Juninho, alegava dificuldades financeiras para concretizar o projeto. Algumas medidas foram tomadas pela instituição ao longo dos anos, como a instauração de Procedimento Administrativo para apurar as informações (2016) e a realização de audiência pública e apresentação de um Termo de Ajustamento de Conduta (2017). 


Vitória


Militantes da área de Direitos Humanos comemoraram a decisão. Para Gilmar Ferreira, do Centro de Cidadania e Direitos Humanos da Serra (CDDH/Sera), há muitos anos, os profissionais e a militância da Saúde Mental vêm denunciando o descaso das autoridades públicas, que, ao invés de investirem na rede de atendimento psicossocial e o tratamento à dependência de álcool e outras drogas no serviço público de saúde com a construção dos Caps I, II e III  e os Caps AD, fizeram a escolha equivocada, no caso do governo do Estado, de implementar a Rede Abraço fora da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa).


Para Gilmar, o serviço prestado em comunidades terapêuticas da Rede Abraço não possui um corpo técnico com capacitação adequada para atender essa população. “A saúde pública não pode ter viés religioso e fundamentalista. Lamento que seja preciso uma decisão judicial para que o Estado cumpra com suas obrigações, garantindo os direito da população infanto-juvenil”.


Gilmar ressaltou, ainda, a ausência de políticas públicas, sociais e de proteção integral à criança e ao adolescente, que é prioridade absoluta prevista no Estatuto da Criança e do Adolescente, na legislação federal e em pactos internacionais. 


“Dados da Fundação Abrink já alertaram para a vulnerabilidade das crianças e a quantidades delas que vivem na pobreza extrema no Espírito Santo. Isso é um poço sem fundo e leva essa criançada a mais tarde conviver com os altos índices de reprovação, como constatou pesquisa do Instituto Jones dos Santos Neves sobre meninos e meninas do Iases [Instituto de Atendimento Socioeducativo]. Claro que isso é uma conjugação de fatores, faltas e ausências, mas também tem relação com a qualidade de educação oferecida”. 

 

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