Quinta, 25 Abril 2024

​Adoção de voto impresso é retrocesso e favorece 'curral eleitoral'

heldersalomao_6_agenciacamara Agência Câmara

"A urna eletrônica é moderna, segura e auditável. Desde 1996, quando foi introduzida no Brasil, não se tem notícias de fraude em nenhuma eleição". Ao fazer essa declaração, o deputado federal Helder Salomão (PT) se posiciona contra a adoção do voto impresso a partir das eleições de 2022, recomendado nesta terça-feira (29) pelo deputado Filipe Barros (PSL-PR), relator da Projeto de Emenda Constitucional (PEC) 135/19, de autoria do governo federal.

A medida, defendida pelo presidente Jair Bolsonaro, para Helder Salomão "favorece aqueles que querem quebrar o sigilo do voto e voltar aos tempos dos currais eleitorais, além de tentar colocar sob suspeita um sistema que é exemplo para todo o mundo. Portanto, não há motivo para retrocedermos".

A PEC vem gerando controvérsias. No último fim de semana, presidentes de 11 partidos fecharam um posicionamento contra o voto impresso nas eleições de 2022. Os líderes de legendas, incluindo os da base do presidente Jair Bolsonaro no Congresso Nacional, decidiram derrubar a proposta, que é patrocinada pelo Executivo.

Da mesma forma, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes trabalham contra a adoção do voto impresso. Moraes assumirá a presidência do TSE no período das eleições presidenciais, o que enfraquece ainda mais a PEC presidencial.

A campanha de Bolsonaro pelo voto impresso ocorre no momento em que ele é denunciado por prevaricação e crime de responsabilidade na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva lidera as pesquisas de intenção de voto para 2022.

Ao defender o voto impresso, Bolsonaro sempre afirma que houve fraude no pleito que o elegeu em 2018, ressaltando que teria ganhado no primeiro turno. No entanto, ele não apresenta provas, apesar de questionado até mesmo pelo TSE. Ao invés isso, ameaça e diz que não haverá eleição no Brasil sem o voto impresso.

Lideranças políticas analisam essa postura como reação à subida do ex-presidente Lula nas pesquisas e a sua queda junto ao eleitorado. Com a imagem desgastada, Bolsonaro tenta apelar para um golpe, ao dizer que não haverá eleição. No entanto, não há sustentação política para ele atingir esse objetivo.

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