Aliança entre Aécio Neves e Eduardo Campos pode dificultar arranjo de Casagrande
Um jantar na noite dessa quinta-feira (29) em Recife selou um acordo informal que já vinha sendo alinhavado entre o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB-PE). Ambos têm os nomes colocados na sucessão presidencial e fazem uma aliança informal para evitar a eleição da presidente Dilma Rousseff no primeiro turno.
Dentro da estratégia dos presidenciáveis também está cotada a entrada no pleito da ex-senadora Marina Silva. Em segundo lugar nos primeiros levantamentos, Marina seria uma peça fundamental nesse jogo, mas para isso ela precisaria viabilizar a criação de seu partido a Rede Sustentabilidade até o próximo 5 de outubro ou filiar-se a outro partido.
A movimentação dos dois presidenciáveis complica ainda mais a estratégia do governador Renato Casagrande em erguer um palanque “neutro” para o próximo ano para a disputa presidencial. Com isso, ele manteria o PT e o PMDB em sua base para a reeleição. O PT nacional já relaciona Casagrande como um dos governadores socialistas que apoiam a reeleição de Dilma como uma tentativa de convencer o socialista a desistir do pleito.
Mas se nacionalmente Aécio e Eduardo Campos se uniram informalmente para pressionar Dilma, o PT nacional pode cobrar uma postura mais definida de Casagrande ou levará a candidatura de Dilma para outro partido. Candidato a isso já existe, já que a cúpula petista já teria conversado com o senador Magno Malta (PR) para que erguesse um palanque para a presidente no Estado.
Apesar da costura entre os presidenciáveis, há uma disputa de apoio partidário que ainda coloca obstáculos a essa união. Campos continua isolado. Busca o apoio do PPS, que por sua vez ainda tenta seduzir José Serra (PSDB-SP) para ter um candidato próprio a presidente.
Se Campos atrair o PPS, a situação fica interessante no Estado para o prefeito da Capital, Luciano Rezende, que independentemente das movimentações nacionais, já sinaliza apoio irrestrito à reeleição do governador Renato Casagrande.
Já Aécio Neves tem um espaço reservado no Estado com o lançamento da candidatura do neo-tucano Guerino Balestrassi, que coloca a candidatura rompendo com Casagrande, deixando a presidência do Banco de Desenvolvimento do Estado (Bandes) chutando a porta e se colocando como candidato oposicionista ao governo do qual fez parte.
Mas a expectativa é de que o palanque de Aécio seja erguido no Espírito Santo, com o apoio do PMDB, ou melhor, do grupo do ex-governador Paulo Hartung e do senador Ricardo Ferraço, o que tiraria o partido do grupo de Casagrande e colocaria o tucano também no campo oposto da disputa.
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