Domingo, 05 Mai 2024

Balestrassi sai do Bandes pela porta dos fundos em momento conturbado do governo

A saída “sem aviso prévio” de Guerino Balestrassi da presidência Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes) pegou o governador Renato Casagrande de surpresa. Afinal, o tucano usou o cargo como trampolim eleitoral nestes dois anos e meio em que esteve à frente da instituição. 
 
Embora Casagrande tenha entregado ao ex-prefeito de Colatina uma das instituições mais estratégicas do governo – mais valioso do que muita secretaria de Estado -, em termos de visibilidade pessoal, Balestrassi não soube reconhecer a gentileza, e saiu pela porta dos fundos. O anúncio acontece num momento de crise no governo, com a iminência de dois partidos vitais da base (PT e PMDB) pularem do barco. 
 
Prova de que a saída foi deselegante e inesperada está no fato de Balestrassi ter comunicado primeiro ao conselho do banco antes de informar seu desligamento ao governador. Ele admitiu ter pedido uma reunião com Casagrande para informá-lo formalmente da decisão, mas deixou claro que sua posição é irreversível. Para justificar a saída, declarou a jornal A Gazeta (30/07): “Quem quer ser candidato a alguma coisa não deve estar dentro da máquina”, vaticinou. 
 
É muito cômodo para Balestrassi dizer isso agora, depois de ter deitado e rolado à custa do prestígio e do caixa do Bandes nas eleições de 2012. 
 
Fazendo o papel de crítico oportunista, o tucano acrescentou ao mesmo jornal que “aquela estrutura de botar todo mundo junto não cabe mais”, se referindo ao arranjo da unanimidade, marca do governo Hartung, que foi reeditado pelo governador Renato Casagrande.
 
Balestrassi, seguindo a estratégia de dar mais asa à família tucana, não afirma categoricamente, mas também não nega que seja o candidato do PSDB ao governo. Como ainda é cedo para o partido fazer tal projeção, a intenção é jogar a ideia no ar para criar um fato e mostrar que os tucanos capixabas têm bala na agulha para as eleições do próximo ano. 
 
Não é segredo para ninguém que o ex-governador Paulo Hartung (PMDB), amigo pessoal do presidenciável tucano, o senador Aécio Neves, é quem vai dar a palavra final sobre o posicionamento das peças no xadrez político de 2014, tanto do PMDB quanto do PSDB.
 
Nesse xadrez, Hartung pode usar Balestrassi para marcar território, deixando para decidir no último minuto qual seria a configuração mais estratégica para o PMDB e PSDB, que devem estar juntos no Estado em 2014. 
 
Outro tucano de peso, o ex-prefeito de Vitória Luiz Paulo Vellozo Lucas, há duas semanas, seguiu o mesmo caminho do colega Balestrassi. Depois de pedir guarida ao governador Casagrande, que também o acolheu prontamente no Bandes, Luiz Paulo também saiu abruptamente da instituição. Alegou que fora convocado para coordenar a campanha de Aécio em Brasília. Também acabou saindo correndo sem dizer obrigado.

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