Caminho para o Senado foi fechado com a pré-candidatura de Maguinha Malta

O deputado estadual Callegari tem encontrado caminhos fechados para suas pretensões eleitorais em 2026 dentro do Partido Liberal (PL). O principal objetivo é se viabilizar na disputa ao Senado Federal, mas isso vai de encontro aos planos do “dono” da sigla no Estado, Magno Malta, que tem circulado por todos os cantos com sua filha e pré-candidata a senadora, Maguinha Malta. É improvável que a sigla de extrema direita tenha dois candidatos a senador, tendo em vista a necessidade de compor com outros partidos de oposição.
Há mais uma questão interna importante a ser resolvida dentro do PL. Conforme apuração de Século Diário, o vereador Coronel Fabrício, de Cachoeiro de Itapemirim (sul do Estado), foi convidado por Gilvan da Federal (deputado federal com mandato suspenso) para concorrer a uma vaga na Assembleia Legislativa no ano que vem. Fabrício, inclusive, estaria se articulando com Magno e Maguinha Malta.
Acontece que o presidente do PL em Cachoeiro é Callegari, que pretende apoiar Léo Camargo como candidato a deputado estadual. Obviamente, há espaço para ele e Fabrício se candidatarem simultaneamente, mas disputariam votos no mesmo reduto eleitoral.
Callegari já se declarou fiel ao PL, e rechaça especulações de que pensaria em trocar de partido – circula informação nos bastidores de que ele poderia migrar para o Novo. De acordo com Luciano Baptista Junior, presidente do Novo em Cachoeiro, houve, de fato, conversas recentes do deputado estadual com representantes da sigla, incluindo Júnior Correa, vice-prefeito de Cachoeiro. Mas nada disso envolveu possível filiação do deputado estadual ao partido ultraliberal, segundo ele. A discussão teria se limitado ao cenário para 2026 em geral.
Caso o deputado resolva de fato deixar o PL, não será a primeira vez em tempos recentes que a sigla perderá um quadro importante por causa de embates com Magno Malta. No ano passado, Júnior Correa fez esse caminho de saída. O ex-deputado federal Carlos Manato, que conseguiu a proeza de levar a disputa para o Governo do Estado ao segundo turno em 2022, também caiu em desgraça com Magno e avalia uma nova sigla para a sua pretensão de se candidatar a senador.
Uma filiação ao Novo, porém, implicaria outras acomodações. O partido já tem um pré-candidato a senador, o vereador Leonardo Monjardim, de Vitória. Além disso, Callegari e Léo Camargo teriam que reavaliar as críticas à gestão de Theodorico Ferraço (PP) que andam divulgando nas rede sociais, tendo em vista a participação direta do Novo na administração municipal.
Outro ponto a se levar em consideração é que o nome de Callegari nem sequer apareceu no mais recente levantamento de intenção de votos da Paraná Pesquisas, referente ao cenário estadual. O próprio Magno Malta apareceu em segundo lugar na menção espontânea, mesmo que não vá disputar no ano que vem, e Maguinha ficou em sétimo lugar, mas embolada com outros seis pré-candidatos.
‘Diálogo com diversos agentes políticos’
Após a publicação da matéria, a assessoria do deputado estadual Wellington Callegari entrou em contato com a redação e afirmou, em nota, que “o parlamentar vem mantendo diálogo com diversos agentes políticos e partidários, como parte natural do processo político, mas não há qualquer confirmação de que ele vá deixar o PL”.
“A equipe reforçou que o deputado se mantém firme no Partido Liberal, legenda pela qual foi eleito, e segue firme na defesa dos princípios e valores conservadores da sociedade capixaba”, fecha a nota.