Vereadora é alvo de pedido de cassação do mandato movido por Sérgio Camilo
A Corregedoria da Câmara de Cariacica foi instaurada na sessão dessa quarta-feira (6), sem muitos debates e com chapa única. A medida já era prevista, por ser essencial no trâmite do processo que pede a cassação do mandato da vereadora Açucena (PT), movido pelo vereador Sérgio Camilo (União).

Os vereadores que atuarão no colegiado são Jades Amorim (MDB), que ocupará a função de corregedor; Romildo Alves (PP), relator; Renato Machado (PSD), secretário; e Cleidimar Alemão (Republicanos), suplente. “Nosso objetivo é não ser acionado. Sendo acionada a Corregedoria, da melhor forma possível trataremos com imparcialidade, deixando que a transparência ocorra de forma bem sucinta, que a justiça seja prevalecida de forma igualitária”, disse Jades Amorim.
Açucena não estava presente à sessão, já que faz parte da comitiva capixaba que se encontra no estado de Santa Catarina, no Seminário Internacional de Observatórios da Violência contra a Mulher. Em entrevista a Século Diário, a vereadora ratificou que a denúncia de Sérgio Camilo, que alega “quebra de decoro parlamentar”, “não se sustenta juridicamente”.
O pedido feito pelo vereador foi encaminhado no final do último mês de junho para a Procuradoria pelo presidente da Casa, Lelo Couto (MDB), para análise jurídica. “O único parecer possível é o arquivamento. Um posicionamento contrário vai configurar em perseguição política, que é o que esse pedido expressa”, defende Açucena, que é a única voz de oposição ao prefeito Euclério Sampaio (MDB) na Câmara.
Além da cassação do mandato, Sérgio Camilo requer o afastamento imediato da vereadora de suas funções e a convocação do suplente, Alexandre Lemos, que somou 2.360 votos na disputa de 2024. No documento no qual pede a cassação do mandato, Sérgio Camilo afirma que tomou conhecimento de que Açucena, “em diferentes ocasiões e perante diversas pessoas, tem propagado declarações inverídicas e ofensivas à sua honra e imagem, alegando que o mesmo teria realizado ‘manobras políticas’ para assumir a cadeira de vereador da Câmara Municipal de Cariacica”.
As declarações, aponta, “referem-se ao momento que o vereador titular de sua coligação assumiu o cargo de secretário na prefeitura municipal, fato que, nos termos da legislação vigente, resultou na convocação legítima deste vereador, para ocupar a vaga de forma interina”. Sérgio Camilo é suplente de Edgar do Esporte (União), eleito com 4,6 mil votos, e que hoje atua como secretário de Relações Comunitárias.
Segundo o autor do pedido, as falas “não apenas carecem de qualquer prova ou fundamento, como também visam deslegitimar o exercício regular e legal do mandato desse vereador, atentando contra a sua honra, dignidade parlamentar e imagem da própria Câmara Municipal”.
Jovem liderança de 25 anos, Açucena disputou a Presidência do diretório municipal do PT e teve 510 votos (48,2%) contra 549 de Luiz Gaurink. A chapa da vereadora protocolou recurso à Nacional contestando o resultado e pedindo a expulsão de Gaurink do PT, mas não obteve êxito. O documento apontou “irregularidades” no dia da votação e interferência externa de integrantes da gestão de Euclério e de outros partidos, sobretudo do Partido Verde (PV), que faz parte da Federação Brasil da Esperança junto com o PT e Partido Comunista do Brasil (PCdoB), mas faz oposição aos petistas em Cariacica.