Quinta, 25 Abril 2024

​Candidatura de Moro bate em Bolsonaro e mexe no cenário eleitoral no Estado

moro_gilson_abr_ales ABr/Assembleia
Bate de frente com a candidatura à reeleição do presidente da República e mexe no cenário eleitoral no Espírito Santo a filiação no Podemos do ex-juiz da Lava Jato e ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro, Sergio Moro, prevista para a próxima quarta-feira (10). O movimento, que une lideranças da direita em busca de uma terceira via para as eleições de 2022, envolve o ex-governador Paulo Hartung (sem partido) e, por via de consequência, o presidente do Podemos no Estado, Gilson Daniel, atual secretário de Governo de Renato Casagrande (PSB).

A movimentação do ex-juiz, apontado pela oposição como uma das figuras públicas responsáveis pela deposição da presidenta Dilma Rousseff, ocorre quatro meses depois de a Justiça considerá-lo parcial no julgamento de processos da Lava Jato contra o ex-presidente Lula, líder nas pesquisas para as eleições presidenciais do próximo ano. Pesam contra ele, ainda, denúncias pelo uso da função que ocupava no Judiciário para articular politicamente em favor da eleição de Bolsonaro em 2018, guinando-o ao Ministério da Justiça.

À sua atuação na Lava Jato, é creditada parte da atual situação econômica e social do Brasil, por meio de fechamento de empresas de porte, gerando desemprego e fome, entre outras ações consideradas prejudiciais ao País.  Ao optar pelo Podemos, Moro, com vistas a uma disputa à presidência ou o Senado, alia-se a parte do chamado "Centrão", que começa a se descolar de Bolsonaro.

Esses atos tiveram a participação do procurador chefe da operação, Deltan Dellagnol, que se prepara, também, para entrar na política como candidato a deputado federal, devendo optar pelo Podemos, segundo os meios políticos, apesar de processos que podem deixá-lo inelegível, motivados por supostas ilegalidades nos mesmos processos em que Moro atuou como juiz, que chegaram a respingar em lideranças políticas capixabas, sem maiores consequências, por falta de elementos mais consistentes.

O cenário eleitoral no Estado toca diretamente o secretário de Governo de Casagrande, Gilson Gabriel, pré-candidato a deputado federal e um dos secretários da atual gestão, aliado do governador, que desenvolve ações no interior do Estado como forma de dar maior visibilidade à gestão, juntamente com outra liderança de peso no partido, o prefeito de Vila Velha, Arnaldinho Borgo.

No Podemos, Hartung estabelece um viés de enfraquecimento a Casagrande, seu adversário político, enquanto mantém silêncio em torno da já muito comentada candidatura ao senado em 2022. Optou em permanecer no papel de especialista em questões econômicas de âmbito nacional, onde tem ganhando lugar destacado na mídia corporativa entre grupos neoliberais defensores de um estado mínimo e do livre mercado.

Para o historiador e cientista político do Estado Ueber de Oliveira, "a candidatura do ex-juiz e ex-ministro Sergio Moro é uma tragédia em diversos aspectos. Em primeiro lugar, ela só demonstra o que certos setores do campo progressista sempre afirmaram: trata-se de um sujeito que sempre agiu politicamente e que usou a toga para tornar inelegível aquele que elencou para ser seu inimigo político, o ex-presidente Lula".

Ueber acrescenta que os movimentos de Moro "revelam que as nossas instituições não estão funcionando de maneira devida, sobretudo o Judiciário. As mensagens trocadas entre ele, Moro, e o procurador Deltan Dallagnol demonstram que este poder pode cair nas mãos de pessoas no mínimo duvidosas, sem que haja qualquer organismo de vigilância e monitoramento das suas ações". 

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Comentários: 1

David Soares em Terça, 09 Novembro 2021 15:38

Combater os gigantes da corrupção e da impunidade, que tem sepultado o sonho de milhões de jovens brasileiros pela falta de perspectivas, não foi o responsável pela crise econômica atual do país e supostas quebras de empresas . O governo petista de 16 anos, irresponsável e incompetente, é que aprofundou essa crise, com déficits fiscais gigantescos, agravado agora pela Pandemia. Sérgio Moro agiu corretamente como juiz no julgamento das ações, houve delações premiadas, recuperação de bilhões de reais desviados, confirmação de sua sentença em três instâncias da justiça. Seu erro foi pensar que, indo para o Ministério da Justiça, pudesse levar a bom termo o seu projeto de combate à corrupção e ao crime. Mas, não é fácil mexer com as estruturas arraigadas de Brasília. Ele não é perfeito, como ninguém é, mas é um brasileiro merecedor de maior confiança.

Combater os gigantes da corrupção e da impunidade, que tem sepultado o sonho de milhões de jovens brasileiros pela falta de perspectivas, não foi o responsável pela crise econômica atual do país e supostas quebras de empresas . O governo petista de 16 anos, irresponsável e incompetente, é que aprofundou essa crise, com déficits fiscais gigantescos, agravado agora pela Pandemia. Sérgio Moro agiu corretamente como juiz no julgamento das ações, houve delações premiadas, recuperação de bilhões de reais desviados, confirmação de sua sentença em três instâncias da justiça. Seu erro foi pensar que, indo para o Ministério da Justiça, pudesse levar a bom termo o seu projeto de combate à corrupção e ao crime. Mas, não é fácil mexer com as estruturas arraigadas de Brasília. Ele não é perfeito, como ninguém é, mas é um brasileiro merecedor de maior confiança.
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