A possibilidade de o deputado estadual Sérgio Majeski participar da disputa à Prefeitura de Vitória pode mexer na velha disputa de poder dentro do PSDB capixaba. Nos bastidores, circula a informação de que o secretário-geral regional da sigla, o vice-governador César Colnago, já admite uma eventual candidatura do parlamentar, o que afetaria as pretensões do ex-prefeito da Capital, Luiz Paulo Vellozo Lucas, atualmente na direção do Bandes. Mesmo sem uma disputa aberta, Colnago e Luiz Paulo vêm rivalizando pelo comando tucano no Estado.
O nome de Majeski passou a ganhar projeção devido à atuação na votação do projeto da Escola Viva. Desde então, o deputado passou a circular todo o Estado para tratar do assunto da educação, área em que acumula mais de trinta anos de experiência. Essa capacidade de êxito, sobretudo pela boa performance nos debates sobre o tema colocou o parlamentar no radar da disputa na Capital, que antes era restrita ao nome de Luiz Paulo dentro do ninho tucano.
Em entrevistas à imprensa no mês passado, Majeski admitiu que iniciou conversas com outras lideranças partidárias, mas frisou que não vai disputar a prefeitura a qualquer custo. Tanto que o próprio deputado disse que apoia a pré-candidatura de Luiz Paulo. No entanto, as inclinações de Colnago podem estimular as movimentações em torno de uma candidatura de Majeski, que pode também contribuir com a estratégia do presidente nacional do partido, senador Aécio Neves (MG), do fortalecimento da sigla nas eleições municipais.
O senador mineiro já havia sinalizado o nome de Luiz Paulo como o candidato do partido em Vitória. Mas caso o nome de Majeski ganhe força até a disputa, ele poderá servir como opção do PSDB. O deputado poderá se juntar ao deputado federal Max Filho e ao ex-deputado estadual Vandinho Leite, que aparecem como opções da sigla para as eleições em Vila Velha e Serra, respectivamente.
Na visão do mercado político, um bom desempenho de Majeski na disputa da Capital, pode colocá-lo como um forte indutor de votos para o provável candidato tucano à Presidência da República em 2018. De quebra, o resultado pode render dividendos para Colnago em uma disputa pelo governo do Estado, caso o governador Paulo Hartung (PMDB) não dispute a reeleição ou opte ser candidato ao Senado. Hoje, o atual vice é apontado como um dos possíveis indicados à sucessão estadual.
Vale destacar que o confronto entre Colnago e Luiz Paulo é permanente, mesmo que de forma velada. Para tanto basta recordar a reviravoltas nas articulações feitas na eleição passada. Até a entrada dos tucanos na chapa de Hartung, os meios políticos davam como certa uma aliança entre o PSDB e o PSB, do então governador Renato Casagrande. Naquela ocasião, o nome de Luiz Paulo era cotado para o Senado, mas ele acabou cedendo, ficando apenas com a primeira suplência na eleição para a Câmara dos Deputados.