Com o planejamento do partido debaixo do braço, o ex-governador Renato Casagrande, presidente do Instituto João Mangabeira e secretário-geral do PSB nacional, vem conversando com as siglas que podem estar no mesmo palanque no próximo ano. Segundo reportagem da revista Época (16/09/17), na mesma edição que publicou entrevista com o governador Paulo Hartung (PMDB), o PSB procura um candidato à Presidência da República para apoiar em 2018.
De acordo com a publicação, o PSB orbita os nomes de Marina Silva (Rede), Ciro Gomes (PDT) e Geraldo Alckmin (PSDB). Casagrande, porém, afirma à revista que o partido tem veto a conversas com o DEM e o PMDB. A responsabilidade pela reforma trabalhista e a tentativa da mudança na Previdência são atribuídas às duas legendas.
As movimentações da nacional do PSB, comandadas por Casagrande, afetam o cenário estadual porque seu principal adversário político, o governador Paulo Hartung, cogita deixar no PMDB e flerta com o DEM. A ação afeta também o discurso de Hartung, que defende tanto a reforma trabalhista quanto a previdenciária.
Além disso, os partidos com os quais Casagrande conversa nacionalmente também estão no foco de Hartung. Na Rede, Hartung busca aproximação com o prefeito da Serra, Audifax Barcelos, principal liderança do partido no Estado. Com o PSDB, Hartung também já buscou aproximação, via nacional do partido, e teria sido convidado para a filiação pelo presidente interino Tasso Jereissati. Quanto ao PDT, a relação é complicada. O partido perdeu espaços no governo, mas o líder de Hartung na Assembleia, Rodrigo Coelho, é do partido.
A aproximação do PSDB com o PSB tem sido muito forte, sobretudo na disputa do governo de São Paulo em 2018, com o ninho tucano cada vez mais próximo de apoiar a candidatura de Márcio França na sucessão de Geraldo Alckmin. A movimentação atende uma necessidade socialista de ampliar seu poder de fogo para além do nordeste.
Recentemente em uma movimentação considerada de marketing, Hartung teria inflado uma aproximação com o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa, que envolveria uma filiação ao PSB. A ideia seria a de mostrar desidratação de Casagrande com sua própria legenda, mas a movimentação não deu certo, já que o socialista tem mostrado força nacional na sigla, comandando as conversas com as lideranças que se encaixam no projeto do partido para a disputa do próximo ano.

