Segunda, 29 Abril 2024

Casagrande passa a tratar Hartung como adversário

Casagrande passa a tratar Hartung como adversário
O ex-governador Paulo Hartung (PMDB) só deve se posicionar sobre seu papel no processo eleitoral no próximo dia 31, mas independentemente de sua escolha – governo ou Senado –, o governador Renato Casagrande (PSB) já o considera um adversário para o pleito. As movimentações do ex-governador para desidratar a candidatura à reeleição de Casagrande esticaram demais a corda. Tanto que o governador que sempre buscou a reconstrução da unanimidade, antes mesmo de seu antecessor colocar oficialmente a candidatura, já o considera um adversário. 
 
O clima no Palácio Anchieta transpira a impossibilidade de recomposição da unanimidade. Mesmo que Hartung recue da disputa ao governo, suas movimentações dos últimos dias, o colocaram em uma condição de adversário do governador e a impressão é de que Hartung, mesmo que decida disputar o Senado, não tem mais espaço no palanque palaciano. 
 
O governador segue a tendência de que a construção do cenário em nível nacional ou no Estado, o beneficia no processo. Isso porque, além da maioria dos partidos em seu palanque, Casagrande tem apoio dentro das siglas envolvidas diretamente nesse processo da majoritária, o PMDB, de Hartung, e do PT, do ex-prefeito de Vitória João Coser. 
 
O PMDB, bem antes da declaração do deputado Ricardo Ferraço, já era francamente favorável ao governador Renato Casagrande. Já no PT há o entendimento de que a sobrevivência do partido está ligada à manutenção da aliança com o palanque socialista. Por isso, a tendência é de que neste período pré-eleitoral, o governador faça o embate com Hartung já dentro dos partidos. 
 
Para erguer seu palanque, Hartung precisa tirar as lideranças do grupo de Casagrande, mas até agora não houve desembarques. Apesar de toda poeira levantada pelo grupo do ex-governador nos últimos dias, Casagrande não teve sua candidatura esvaziada e continua com o controle da classe política. 
 
Além disso, o governador conseguiu atrair para sua candidatura o apoio do PDT e pode ter como candidato ao Senado em seu palanque o ex-prefeito da Serra Sérgio Vidigal (PDT), o que desmonta a estratégia que vem sendo colocada nos bastidores em relação à disputa ao Senado. 
 
A movimentação cria um cenário de disputa entre João Coser (PT), Rose de Freitas (PMDB) e Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB), como publicou com exclusividade a coluna Socioeconômicas dessa quinta-fera (3). A manobra que ganhou vulto nos meios políticos dá conta de que Hartung estaria prometendo apoio aos três e vice-versa, cercando-se de garantias para enfrentar a candidatura à reeleição do governador Renato Casagrande. 
 
Já no campo nacional, a incompatibilidade entre PT e PSDB também favorece as movimentações de Casagrande. Se Hartung atrair o PT, libera o espaço para a aproximação do PSDB ao palanque do socialista. Com a costura entre os presidenciáveis Eduardo Campos (PSB) e Aécio Neves (PSDB), em âmbito nacional, somada à disposição do governador capixaba de não tomar partido na disputa presidencial, facilita o trânsito dos tucanos em seu palanque. 

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