Sábado, 27 Abril 2024

Casagrande sai em defesa de Hartung para manter unidade

Casagrande sai em defesa de Hartung para manter unidade

O governador Renato Casagrande (PSB) saiu em defesa de seu antecessor Paulo Hartung (PMDB) sobre a denúncia do promotor do Ministério Público Dilton Depes de improbidade administrativa, por conta do gasto de R$ 25 milhões na obra de um posto fiscal em Mimoso do Sul. Ao jornal A Gazeta desse domingo (17), Casagrande criticou o fato de Hartung ter sido denunciado por ter assinado suplementações orçamentárias.



A declaração de Casagrande tenta legitimar o discurso do ex-governador de que não pode ser responsabilizado pelos atos de sua equipe. Embora o chefe de qualquer poder é corresponsável na ordenação de despesa de seus gestores.  A posição de Casagrande, mais do que uma defesa prévia administrativa, é vista como um posicionamento político de manutenção da base de apoio à sua reeleição no próximo ano.



O governador entende que Hartung é uma parte importante para manter unida sua base política. Para evitar que haja desequilíbrio no grupo, ele precisa ajudar na blindagem do antecessor. Esta não é a primeira vez que Casagrande, que foi eleito com o apoio do ex-governador, sai em defesa do aliado.



No início do ano passado, após o escândalo desbaratado pela Operação Lee Oswald, em Presidente Kennedy, litoral sul do Estado, investigações chegaram ao nome do ex-governador. A Ferrous Resources era apontada como suposta beneficiária de informações privilegiadas e operações de “lavagem de dinheiro” no governo passado.



A Ferrous foi contemplada não apenas com um, mas dois incentivos fiscais, como indicam publicações no Diário Oficial do Estado. As duas concessões foram publicadas no dia 1 de junho de 2010, ainda durante o governo Hartung, Na ocasião, o governador deu uma sinalização de apoio ao ex-governador dando sequência à política de incentivos fiscais, iniciada na gestão anterior.



Ainda na defesa da manutenção do acordo com o ex-governador, Casagrande manteve e a ampliou o contrato da Cesan com Delta Construções. A investigada por suspeitas de tráfico de influência no poder público e de ligações com o contraventor Carlinhos Cachoeira, recebeu do Estado no ano passado o pagamento de R$ 8,4 milhões pela prestação dos serviços de manutenção de redes de esgoto nos municípios de Vitória, Serra e Fundão, como queria Bragato.



Também no sentido de blindar Hartung , Casagrande insistiu em manter o secretário de Justiça Ângelo Roncalli – oriundo do governo passado – no cargo, mesmo sob forte bombardeio pelo suposto envolvimento em um esquema de corrupção instalado no Instituto de Atendimento Socioeducativo do Estado (Iases), autarquia vinculada a Roncalli. O secretário saiu por conta própria, evitando o desgaste de ser demitido.



O governo Casagrande também passa recibo de dois "elefantes brancos" deixados pelo governado passado. O primeiro é a sede da Secretaria da Fazenda, na Praia do Suá, em Vitória, que mesmo sem condições de atender a secretaria teve as obras retomadas pelo governo do Estado.



Na mesma vizinhança, estão as obras do Cais das Artes. Mesmo depois de paralisação e irregularidades em licitação, além de superfaturamento, as obras ainda são mantidas pelo atual governo.

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