Domingo, 05 Mai 2024

Coletivo trabalha para organizar campo político progressista no sul do Estado

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Demétrius Julice
A União das Esquerdas Sul Capixaba (Uesc), coletivo que atua em quatro cidades do sul do Espírito Santo, planeja a realização de um encontro de movimentos populares no início de 2024, em Cachoeiro de Itapemirim. Essa é uma das estratégias para organizar o campo progressista na região, em ano de eleições municipais.

"A ideia é reunir sindicatos, associações, partidos, coletivos e movimentos em geral, para que possam se conhecer, dialogar e colocar suas demandas. Queremos, ainda, focar muito em formação política, trazendo uma formação marxista para essa galera que entrar na disputa do campo. A Uesc não é um partido político, mas também servimos como um espaço para dar apoio e divulgar candidaturas de esquerda", afirma Marcelo Gobbi, um dos coordenadores da Uesc em Itapemirim.

Itapemirim é um dos municípios onde a presença da Uesc está mais consolidada. O coletivo está envolvido nas lutas contra o fechamento de escolas rurais e o desmonte na rede municipal de ensino. Cachoeiro e Marataízes são outras duas cidades com coordenações da Uesc, que também se organiza em Guaçuí.

"Temos militantes individuais em outras cidades, como Piúma, Anchieta e Rio Novo do Sul, mas sem organização consolidada. Para 2024, queremos intensificar a atuação nos lugares onde a gente já está presente e nos organizar de vez onde estamos começando o trabalho, como em Guaçuí", explica Gobbi.

Batizada inicialmente como "Progressistas Maratimbas", a Uesc surgiu no primeiro semestre de 2021, com o intuito de reunir militantes de Marataízes e Itapemirim para a defesa da democracia e o combate ao bolsonarismo. Naquele contexto de pandemia de Covid-19, o grupo pluripartidário, declarava seguir "os ideais e propostas da corrente política de esquerda, como a defesa da vacinação para toda a população, auxílio econômico suficiente para as famílias se manterem, a valorização do serviço público e da saúde e educação públicas e universais".

"Após a eleição de 2020, eu fiquei frustrado com a ausência de um trabalho de base na região, e decidi criar um grupo de WhatsApp com todas as pessoas de esquerda que eu conhecia. 'Progressistas Maratimbas' era o nome do grupo, mas depois fizemos uma votação e ganhou 'União das Esquerdas Sul Capixaba", relata Marcelo Gobbi.
Demétrius Julice

Em seu primeiro ano, a Uesc organizou as manifestações contra Bolsonaro em Marataízes e Cachoeiro – neste último município, ocorreu a maior delas, em maio de 2021. Ainda durante a pandemia, o coletivo distribuiu marmitex para pessoas em situação de vulnerabilidade social, em Itapemirim e Marataízes. E também passou a realizar ações de limpeza nas praias da região, três vezes ao ano.

Além da questão das escolas, em Itapemirim, a Uesc também atuou, este ano, em manifestações para a retomada de transporte público escolar. "Em Marataízes, nós nunca precisamos ir pra rua fazer manifestação, porque o prefeito (Tininho Batista, sem partido) é ex-presidente do PT e a gente tem um diálogo maravilhoso. Então, a gente reivindica e geralmente atendem", afirma Marcelo.

Organização e relação com partidos

A Uesc ainda não é organizada juridicamente, mas elabora seus estatutos para formalizar o grupo. Uma das questões colocadas foi a implementação de dois coordenadores em cada município onde atua, sendo uma mulher e um homem. Em Itapemirim, Claudia Carvalho está na coordenação junto com Marcelo Gobbi. "Foi uma ideia que tiramos da Rede Sustentabilidade. Buscamos aplicar as melhores ideias dos partidos e movimentos", comenta Marcelo.

Naturalmente, militantes da Uesc assumem posições em partidos políticos e encampam candidaturas. Marcelo e Claudia concorreram, respectivamente, aos cargos de vereador pelo Partido dos Trabalhadores (PT), em 2020, e deputada estadual pelo Partido Comunista do Brasil (PCdoB), em 2022. Recentemente, os dois fizeram parte da debandada da Federação Frente Brasil da Esperança (PT, PCdoB e PV) rumo ao Partido Socialismo e Liberdade (Psol), que constituiu seu diretório em Itapemirim.

"Recentemente, nós fizemos uma reunião para reformular a estratégia de atuação mediante a nova conjuntura. Decidimos que, a partir de agora, o coletivo deverá ter uma tomada mais política de fortalecimento do campo, proporcionando encontros e reuniões de formação e dando suporte a outros movimentos políticos. A ideia da Uesc hoje é ser uma ponte dentro campo. A organização tomou muito protagonismo quando os partidos de esquerda não estavam organizados. Agora que estão um pouco mais fortalecidos na região, a ideia é dar suporte para esses partidos e movimentos", resume Marcelo Gobbi. 

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