Com Sérgio Borges no alvo dos protestos, outros nomes ganham força na disputa por vaga no TCE
Um dos pontos da pauta dos manifestantes que ocuparam durante 12 dias a Assembleia Legislativa, com a missão de pressionar a votação do decreto legislativo que propõe o fim da co branca do pedágio na Terceira Ponte, trata da escolha do novo conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE).
O deputado Sérgio Borges (PMDB), que vinha sendo apontado como franco favorito para ocupar a vaga aberta com a aposentaria do conselheiro Marcos Madureira, virou alvo dos protestos. O documento apresentado nesse sábado (13) pelo grupo, antes de deixar a Assembleia, pede “a não eleição” de Borges para o cargo.
O movimento não esclarece, porém, se a proposta é fortalecer a escolha de um conselheiro-cidadão ou simplesmente barrar a indicação de Borges para a vaga. O líder do governo na Assembleia foi condenado por improbidade pelo suposto desvio de diárias na Assembleia Legislativa.
Observadores políticos não acreditam que os deputados abram mão da vaga para entregá-lo a um nome de fora do Legislativo, mas também admitem que Borges, que já tinha mais de meio caminho andado rumo ao TCE, retrocedeu, e pode até ser superado pelos colegas Cláudio Vereza (PT) e Paulo Roberto (PMDB).
Vereza aproveitou a surpreendente posição da bancada petista, que rachou pela primeira vez a base de sustentação do governo ao apoiar a proposta pelo fim do pedágio. O petista claramente tenta “pegar carona” no movimento “Ocupa Ales”.
O deputado Paulo Roberto, hartunguete de carteirinha, é outro nome que pode ganhar força. Ele, que se inscreveu de última hora, talvez já estivesse contando com um tropeço do colega peemedebista.
O ex-governador Paulo Hartung (PMDB, circula nas conversas de bastidores da classe política, já estaria articulando o nome de Paulo Roberto. Há uma tese de que Borges estaria sendo “perseguido” por emissários de Hartung. A missão desse grupo seria simplesmente minar as os planos de Borges e fortalecer o nome de Paulo Roberto, que contaria ainda com a forte rejeição que o petista Cláudio Vereza tem na Casa.
Um quarto nome da Assembleia é do deputado Dary Pagung (PRP), que não demonstra ter estatura política para derrotar seus adversários e praticamente está riscado do páreo.
Mas as notícias não são inteiramente negativas para Borges. Se o movimento Ocupa Ales incluiu o nome do peemedebista na pauta, também atrasou a agenda da Assembleia, dando mais tempo para o deputado tentar reverter seu processo na Justiça.
A escolha do novo conselheiro, que só acontece após o recesso parlamentar, na próxima quarta-feira (17), estica o prazo para Borges, mas não garante fôlego para o deputado se manter como favorito.
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