Coser ganha liberdade para negociar apoio petista em 2014

Neste domingo (10), a direção do PT espera que os 11,5 mil filiados aptos a votar no Processo de Eleições Diretas (PED) compareçam ao pleito, que tem três chapas inscritas. A expectativa, porém, é de que o ex-prefeito de Vitória, João Coser, consolide seu favoritismo. Nesse contexto, o petista vai se transformar em uma peça muito importante do jogo político do próximo ano. 

 

Paralelamente à disputa pela presidência do partido no Estado, Coser trava uma batalha com a senadora Ana Rita Esgário – também candidata no PED, assim como o subsecretário de Direitos Humanos do Estado, Perly Cipriano –, uma disputa pela indicação do partido ao Senado, papel que deve ser definido até o fim deste mês. 

 

Mas com o controle do partido na mão, Coser terá condições de atuar como articulador do partido no cenário eleitoral do próximo ano. Em nível nacional, o PT tem um planejamento para os estados, no sentido de que grandes colégios vão tentar disputar a eleição ao governo e em pequenos colégios, como é o caso do Espírito Santo, haverá uma tentativa de buscar a eleição ao Senado. 

 

Um levantamento feito pelo Valor Econômico nessa sexta-feira (8) aponta que, no Espírito Santo, João Coser tem o apoio da ala majoritária contra Ana Rita. Ambos querem ser candidatos ao Senado, mas o PT prefere apoiar Paulo Hartung (PMDB) . A cúpula também planeja lançar Coser ao governo caso Renato Casagrande (PSB) apoie Eduardo Campos. 

 

Mas as conversas em São Paulo, nessa quarta-feira (6), mudaram o rumo desse desenho. Há um entendimento de que nem Coser, nem Ana Rita teriam condições de disputar o Senado com candidaturas competitivas. Por isso, a expectativa de o PT compor na vice com o candidato do PMDB, seja Hartung, seja Ricardo Ferraço,é uma alternativa. A chapa puxará a candidatura majoritária com espaço para a campanha de reeleição de Dilma Rousseff no Espírito Santo.

 

Com essa sinalização, a movimentação de Coser fica mais fácil. Se fosse pressionado pelo PT nacional a se candidatar, iria para o sacrifício, mas com a possibilidade de compor na vice com a chapa do PMDB, fica com aval do PT nacional para buscar a melhor composição para seu grupo, permitindo uma chapa com Ricardo Ferraço ao governo, garantindo a vice e reservando a vaga do Senado para o caso de Hartung vir a disputar esse espaço.