Sábado, 11 Mai 2024

Coser não tem hegemonia no PT para disputar Senado

Coser não tem hegemonia no PT para disputar Senado
A reunião de delegados do PT, nesse sábado (15), terminou com o resultado esperado. O ex-prefeito de Vitória e atual presidente do partido no Estado, João Coser, foi confirmado candidato ao Senado. Mas, diferentemente do esperado, a escolha não foi um passeio do grupo que comanda o partido sobre as demais correntes.  
 
A candidatura da senadora Ana Rita puxou um debate diferente dos rumos que a sigla vem seguindo no Estado e empolgou parte da militância. A informação de que Ana Rita teve apenas 30 % dos votos é contestada por aliados da senadora. Até porque, os votos dos delegados não foram contabilizados um a um.



Foi uma votação simbólica. Quem estava no encontro viu um plenário dividido. Outra questão que vem desagradando a militância é o fato de o encontro ter discutido a questão da vaga ao Senado sem discutir a majoritária como um todo. 
 
Na verdade, o PT aprovou uma resolução em 15 de fevereiro sobre a discussão da majoritária, que envolve a disputa ao governo ou ao Senado e a composição da vice. Mas a discussão de sábado se restringiu à discussão do Senado e com o intuito, para alguns observadores, de tirar Ana Rita do páreo. 
 
Mais do que brigar pelo direito de disputar a reeleição para o cargo que já ocupa, a candidatura de Ana Rita buscava levar para dentro do partido a discussão mais ampliada sobre o papel do partido na disputa deste ano. Um tema que parece ter incomodado o grupo que comanda o partido, devido ao fato de a fala da senadora ser a portas fechadas. 
 
Nos bastidores, a boa aceitação de Ana Rita pelas demais correntes, dentro do debate interno, reconhece que o modelo que o PT vem adotando no Estado não é apoiado por uma maioria absoluta do partido. Além disso, o fato de os delegados terem escolhido Coser como candidato ao Senado não garante que o partido vá mesmo disputar a vaga.
 
Como o ex-prefeito é ligado ao ex-governador Paulo Hartung (PMDB) e está na mesa de negociação da eleição deste ano ao lado do governador Renato Casagrande e do peemedebista, a posição do PT será de acomodação dessas lideranças. A escolha de sábado teria sido apenas para confirmar Coser no comando das articulações, o que não seria pleno se Ana Rita fosse definida como candidata ao Senado. 
 
Caso Hartung decida pela entrar na disputa ao Senado pelo grupo palaciano, Coser recuaria na disputa e poderia assumir a condição de vice de Casagrande na chapa da unanimidade. Por isso, parte da militância não confirmou o voto no presidente do partido. 
 
A senadora já vinha se mostrando contrária à aliança com o PMDB, um acordo que se costurava com a candidatura de Ricardo Ferraço (PMDB) ao governo. Ela também é crítica à articulação envolvendo a vaga do Senado. Na vice, o PT ganha vantagem na corrida sucessória de 2018, mas a prioridade para os petistas é a reeleição de Dilma Rousseff agora em 2014. E para parte da militância a escolha de Coser para a candidatura ao Senado não garante a sua candidatura para erguer o palanque da presidente no Estado. 

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