Sexta, 29 Março 2024

​CPI dos Crimes Cibernéticos quer ouvir professor por suposta doutrinação em escola

vandinho_leite_tatibeling_ales Tati Beling/lAles

O professor de Artes da rede estadual Érlon Ramos e o superintendente da Secretaria de Estado da Educação (Sedu) em Carapina, Rurdiney da Silva, deverão ser ouvidos na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Crimes Cibernéticos da Assembleia Legislativa, segundo decisão adotada em reunião virtual nessa sexta-feira (26). Ambos serão chamados para explicar denúncia de suposta tentativa de doutrinação em sala de aula, que teria sido feita via aplicativo. 

A denúncia foi feita em março deste ano por Ariadne Fernanda Duarte Nery, mãe de aluna de 10 anos. A menina estuda no 5º ano da Escola Prefeito José Maria Miguel Feu Rosa, na Serra, e, devido ao período de quarentena, recebe os deveres de casa pelo Portal do Aluno. Em um dos exercícios enviados, um citava de forma ofensiva, de acordo com a denunciante, o presidente Jair Bolsonaro.

A convocação dos professores, pelo colegiado presidido pelo deputado Vandinho Leite (PSDB), expõe mais uma vez uma situação que gera polêmica desde a campanha eleitoral do atual presidente da República, fincada na contestação de conceitos adotados na área educacional, por meio da demonização de métodos e educadores do porte de Paulo Freire, reconhecidos em todo o mundo.

A partir dessa fase, explica um professor do município da Serra, que prefere manter-se no anonimato, por temer retaliações, exercer o magistério, que nunca foi fácil no Brasil, passou a outra realidade, transformando casos que poderiam ser debatidos no âmbito das escolas para servir de trampolim eleitoral.

"Ganha-se pouco, as jornadas de trabalho são longas, recursos pedagógicos são escassos e, como se não bastasse, há alunos que recorrem à violência física ou verbal. A essa rotina, desde sempre estressante e mentalmente desgastante, se soma mais recentemente um novo elemento: o ambiente político no país e a patrulha ideológica promovida dentro das salas de aula".

A convocação do professor se enquadra nesse contexto, considerando que a denúncia sequer foi levada à Secretaria de Educação (Sedu). O caso, que aconteceu no dia 7 de maio, acabou ganhando repercussão no noticiário, mesmo sem ter havido denúncia formal da mãe.

Segundo Ariadne, a pasta teria admitido o erro via imprensa, alegando que o material didático para aulas durante o período de isolamento social vem diretamente de Manaus.

O professor e o superintendente serão ouvidos em reunião virtual com data a ser definida, por meio de convocação que será direcionada à Sedu.

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