Quinta, 02 Mai 2024

De boas intenções...

Um encontro que começa nesta sexta-feira (15) em Brasília deve definir as diretrizes do 31º partido político em atuação no País. Desde o surgimento do pluripartidarismo, esses agrupamentos vêm buscando formas de representatividade da sociedade brasileira disputando espaços na política institucional.



A Rede, como vem sendo chamado o embrião do partido que terá como astro principal a ex-senadora Marina Silva, está sendo criado, no frigir dos ovos, com um objetivo bem claro: dar à ex-senadora uma sigla para que ela possa disputar a eleição. Seus entusiastas acreditam que Marina deve superar os 20% dos votos que teve nas eleições passadas, mas é preciso ter cautela. Essa avaliação com tanta antecedência pode ser uma asa de cera.



A ex-senadora, que não aguentou a pressão no Ministério do Meio Ambiente, tem legitimidade para disputar a eleição e comandar um movimento cheio de boas intenções. Entre as orientações para os núcleos regionais, o Movimento Nova Política, que dará origem à Rede, rejeita doações de fabricantes de bebidas alcoólicas, cigarros e agrotóxicos. Quer Marina manter a coerência com sua escolha religiosa e ambiental. Louvável.



Além disso, quer um partido realmente novo, com lideranças sem mandato e ficha limpa, embora esteja buscando a filiação de deputados federais, afinal todo mundo precisa de tempo de TV, não é?



Mas as mudanças enumeradas pela proposta embrionária da Rede não são  suficientes para trazer moralidade à política. A sociedade organizada deve pressionar os políticos que hoje tem mandato e ocupam as cadeiras da Câmara dos Deputados e do Senado para que aprovem o projeto de reforma política, o que garantiria a real democratização do processo político.



Se o sistema não mudar, pouco vai adiantar o esforço de figuras distintas, coerentes como Marina Silva. Sem uma mudança profunda da forma como se faz política no Brasil, a Rede será mais um entre tantos partidos que também surgiram cheios de boas intenções.



Fragmentos:



1 – Ele nega, mas a presença do deputado estadual Cláudio Vereza (PT) na posse do novo auditor do Tribunal de Contas do Estado, Eduardo Perez, é campanha para conselheiro, sim. Além de Vereza estão no páreo Dary Pagung (PRP) e o líder do governo na Assembleia, Sérgio Borges (PMDB).



2 – As fontes palacianas acreditam que Pagung teria a preferência do governador para a vaga, mas a vaga é da Assembleia Legislativa, embora, em todas as últimas escolhas, o Palácio Anchieta foi quem ditou as regras.



3 – Para ser conselheiro, Vereza precisa convencer os colegas de plenário, que não têm muita simpatia em ceder a vaga para o PT. O fato é que Vereza não estaria disposto a disputar mais uma vez a eleição para a Assembleia e o Tribunal de Contas, para quem já cumpriu seis mandatos, seria uma ótima opção.

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