Domingo, 28 Abril 2024

Deputado Gilsinho Lopes cobra instalação da CPI do Pó Preto na Assembleia Legislativa

Deputado Gilsinho Lopes cobra instalação da CPI do Pó Preto na Assembleia Legislativa

Depois de provocar doenças respiratórias e causar prejuízos a moradores da Grande Vitória por mais de três décadas, a poluição atmosférica causada pelos grandes projetos deve ser alvo de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) na Assembleia Legislativa. Nessa segunda-feira (10), o deputado Gilsinho Lopes (PR) formalizou o pedido de abertura da CPI do Pó Preto com 12 assinaturas de deputados – duas acima do mínimo necessário. Entretanto, uma manobra do presidente da Casa, Theodorico Ferraço (DEM), adiou a leitura do pedido de CPI no plenário, que deve ficar apenas para a próxima semana.



Em pronunciamento na sessão desta quarta-feira (12), Gilsinho criticou o chefe do Legislativo após o envio de uma cópia do pedido de CPI para o secretário-chefe da Casa Civil, Luiz Carlos Ciciliotti, antes mesmo do registro do documento. Ferraço teria utilizado também uma manobra regimental para adiar a leitura do requerimento, que pode ser feito no espaço de três sessões ordinárias – período em que os deputados signatários do pedido poderiam ser demovidos de continuar apoiando a Comissão.



“Gostaria de falar sobre a minha indignação com a postura do presidente desta Casa que determinou o encaminhamento do pedido à Procuradoria, que já deu parecer favorável, mas não entrou em pauta [nesta sessão] para que algumas empresas ganhem tempo [para pressionar os signatários da CPI]. Já sei que alguns diretores de empresas estariam procurando os deputados. [...] O governo pode até ter aliança com as grandes empresas [poluidoras], mas nós não temos”, disse.



O republicano alega que seguiu todos os requisitos constitucionais no pedido, como a definição de um objeto específico. No pedido, ele menciona que a comissão vai “investigar a poluição e suas causas e efeitos na Grande Vitória, com ênfase para os prejuízos causados à saúde e ao patrimônio púbico e privado, na forma do “pó preto” e outras partículas emanadas de indústrias e outras fontes”. “A CPI do Pó Preto vai apenas esclarecer uma doença que já está enraizada nos pulmões dos capixabas”, esclareceu.



O requerimento teve a adesão de 12 deputados – além do autor do requerimento e mais onze colegas –, número que pode sofrer alteração até a leitura do texto, que deve acontecer na sessão da próxima segunda-feira (17). Apesar disso, Gilsinho não poupou críticas a dois colegas (Glauber Coelho, do PR; e Cacau Lorenzoni, PP) que pediram a retirada da assinatura mesmo após o protocolo. Durante a sessão, ele preferiu não nomeá-los, mas prometeu que vai expor o nome de quem desistir de apoiar os trabalhos.



“Na segunda-feira [17], vou perguntar a eles se estão em sã consciência, caso contrário, vão ter que deixar o mandato. É muito estranho as ingerências externas para que os deputados retirem as assinaturas. Essa espécie de manobra é muito mal-vista pela sociedade que interpreta como uma forma de vender dificuldades para comprar facilidade. Essa não é a minha intenção e nem dessa CPI”, explicou.



Além do autor, assinaram a proposta para a criação da CPI: José Esmeraldo (PR), Euclério Sampaio (PDT), Josias Da Vitória (PDT), Marcos Mansur (PSDB), Luiz Durão (PDT), Jamir Malini (PTN), Hércules Silveira (PMDB), Marcelo Santos (PMDB) e Dary Pagung (PRP). A CPI poderá ter o apoio da bancada do PT, formada por cinco parlamentares, que adiou uma definição sobre o apoio à comissão nopara o início da próxima semana. 

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