Quarta, 24 Abril 2024

Deputados criticam demonização da política e alertam para ameaças à democracia

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Leonardo Sá
Em Brasília, o deputado federal Helder Salomão (PT) alertou que a democracia no Brasil está em risco, "pela irresponsabilidade do presidente"; em Vitória, o deputado estadual Sergio Majeski (PSB) apontou ameaça à democracia, condenando a demonização da política, dos políticos e das instituições.

As declarações dos parlamentares foram feitas nesta quarta-feira (26), mesmo dia em que apoiadores do presidente Jair Bolsonaro se organizam para participar de mais uma manifestação em apoio ao governo, prevista para este fim de semana, em Brasília, organizada por grupos de extrema direita, entre os quais os "300 por Bolsonaro" e "Fechado com Bolsonaro". Nesses eventos, políticos, Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal (STF) e outras instituições são agredidas e seus integrantes ameaçados.

Nesta quarta, policiais federais realizaram uma operação em quatro estados com o objetivo de identificar políticos e empresários envolvidos no movimento, que pede intervenção militar e a volta do Ato Institucional número 5 (AI-5), mecanismo que fechou o Congresso e determinou o fim da democracia no Brasil durante a ditadura militar de 1964.

"Estamos atravessando várias crises, a econômica, com fome e desemprego, a sanitária e ambiental, e a crise política, com o presidente fazendo esses absurdos", disse Helder Salomão a Século Diário, apontando mais uma vez, que "há em curso no Brasil a tentativa de interromper o regime democrático, com a criação de milícias armadas".

O parlamentar criticou as ações do grupo "300 para o Brasil", afirmando que o País está a um passo de um regime ditatorial. Helder Salomão defendeu unidade no campo político e social, que possa tirar Bolsonaro do poder e convocar novas eleições.

Sergio Majeski, em discurso na sessão virtual da Assembleia Legislativa, afirmou que vê como ameaça a demonização da política e dos políticos e condenou os regimes ditatoriais. "Preocupa-me que todos nós não estejamos defendendo a democracia", ressaltou.

Citando a pandemia do coronavírus, que toma grande parte das discussões nas casas legislativas, acrescentou: "Estamos vivendo esse momento único na história e ninguém estava preparado para isso, mas existem outras questões sérias, uma grande conquista civilizatória, a maior da humanidade", afirmando ser espantoso que pessoas que foram eleitas pelo voto democrático flertem com o autoritarismo e práticas com características antidemocráticas.

Sem citar nomes, comentou que não imaginava, mais jovem, quando a democracia se estabeleceu no Brasil, que estaria se preocupando com essa situação, em que é pregado o fim da política e das instituições: "A política é fundamental e ela só é possível em uma democracia, porque o sistema democrático só existe porque existem as instituições, o Executivo, Legislativo, o Judiciário e as demais".

Para ele, não há problema quando se critica as instituições, o STF, mas no sentido de aperfeiçoá-las e não destruí-las. Majeski destacou que o STF é um dos pilares da democracia brasileira e citou o jurista Rui Barbosa (1849-1923): "A pior democracia é preferível à melhor das ditaduras" – para ressaltar: "Não importa se você é de esquerda, de centro ou de direita, você foi eleito legitimamente pelo voto".

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