Segunda, 29 Abril 2024

Deputados não devem 'entregar' vaga no TCE a conselheiro cidadão

O grande número de candidatos da sociedade civil inscritos para concorrer à vaga de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) não deve sensibilizar a Assembleia Legislativa. Os deputados não querem “entregar” a vaga da Casa a um conselheiro cidadão.
 
Nos bastidores políticos circula a informação de que a vaga aberta com a aposentadoria de Marcos Madureira deve ficar mesmo com um dos quatro deputados inscritos na disputa: Claudio Vereza (PT), Dary Pagung (PRP), Paulo Roberto e Sérgio Borges (ambos do PMDB). 
 
Os deputados que defendem a permanência da vaga na Casa afirmam que a Assembleia é a instituição mais legítima para escolher o próximo conselheiro. Eles alegam que o Tribula de Justiça do Espírito Santo (TJES) e o Ministério Público Estadual (MPE) não são eleitos pelo povo. Já os parlamentares teriam, em tese, mais representatividade popular para indicar o conselheiro.
 
Os contrários à “negociação” da vaga também revelam que hoje apenas dois ou três deputados defendem a indicação de um representante de fora da Casa. 
 
Se há praticamente consenso quanto à manutenção da vaga na Assembleia, não há nenhum nome hoje que seja unanimidade entre os candidatos. 
 
Antes dos protestos ganharem as ruas, Borges, mesmo com pendências na Justiça, era franco favorito a ficar com a vaga. Entretanto, o deputado foi citado nominalmente na pauta dos movimentos, que rechaçam a escolha do peemedebista ao TCE.
 
Vereza, que tentou “pegar carona” no protesto que ocupou a Assembleia por 12 dias para recuperar espaço junto à opinião pública, não convence os colegas.
 
As conversas de bastidores revelam que Vereza - que votou junta com a bancada petista contra o governo pelo fim da cobrança do pedágio na Terceira Ponte - tentou negociar com o governador Renato Casagrande a vaga no TCE em troca do apoio da bancada petista ao governo, mas Casagrande teria se recusado a fazer o jogo de Vereza. 
 
Sem acordo, e correndo o risco de sair derrotado na Assembleia com o projeto do fim do pedágio, Casagrande teria chamado a bancada petista para mais uma rodada de negociação. 
 
Os deputados petistas simplesmente não compareceram à segunda reunião, endurecendo o jogo com o governo. Foi quando Vereza ratificou a posição da bancada petista de votar a favor do projeto de Euclério Sampaio (PDT), que propunha a fim da cobrança do pedágio, e deflagrar a crise política entre PT e PSB. 
 
Os outros dois candidatos, Pagung e Paulo Roberto, correm por fora, hoje, com chances remotas de ocuparem a vaga do TCE. Pagung, que vem sendo apontado como “zebra”, é candidato de Élcio Álvares. Ele depende do deputado do DEM,que já não goza de prestígio na Assembleia para surpreender os outros três colegas. 
 
Já Paulo Roberto, ligado ao ex-governador Paulo Hartung, é uma incógnita. É pouco provável que o nome do deputado do PMDB ganhe força hoje, o que comprovaria a baixa influência do ex-governador sobre os deputados da Casa. 

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