Desdobramentos da Derrama chegam à eleição da Mesa Diretora da Assembleia
A pouco mais de 15 dias para a eleição da Mesa Diretora da Assembleia, os desdobramentos da Operação Derrama vão influenciar nas costuras feitas até aqui para a recondução de Theodorico Ferraço (DEM) para a presidência da Casa.
Para alguns deputados, o episódio não inviabiliza a reeleição do demista, a menos que algum fato novo aconteça nos próximos dias, mas o tom das conversas entre o Executivo e o Legislativo vai mudar. Ferraço se defendeu bem das acusações, mas o aprofundamento das investigações o deixa em posição fragilizada e sem condições de enfrentar o governo do Estado.
O governador Renato Casagrande, que veio à público esta semana para reafirmar seu apoio à candidatura de Ferraço, deve manter a posição, mas sua condição de influir na escolha dos demais cargos da Mesa, deve não só ser reforçada como também repensada nos próximos dias.
No plenário, a expectativa é de que PMDB, PT e PDT dividam os demais cargos da Mesa Diretora. Mas um cargo que deve merecer atenção especial do governador é o do vice-presidente da Casa. O cargo é de expectativa, mas se Ferraço se complicar na Justiça, o vice tem que ser alguém de confiança do governador para evitar “surpresas”.
A preocupação extra do governador se dá pelo fato de quem estará à frente do comando da Assembleia durante o processo eleitoral do próximo ano, quando Casagrande deve buscar a reeleição para o governo do Estado.
O desafio do governador depois das reviravoltas políticas é conseguir comandar o processo na Assembleia sem criar conflitos no arranjo político que desenhou até o momento, mantendo a harmonia de sua enorme base aliada.
Embora seja candidato único e tenha o apoio não só de deputados como também de funcionários do Legislativo, Ferraço deve mudar sua postura em relação ao governador Renato Casagrande. A defesa da independência e fortalecimento do legislativo cai por terra com a fragilização do presidente da Casa.
Isso dará a Casagrande tranquilidade para negociar com os deputados sem ser pressionado pelo presidente. Mantendo Ferraço na candidatura a presidência, o governador deve mergulhar no processo defendendo a independência dos deputados em fazer a escolha. Ao mesmo tempo ele mina uma reação violenta de Ferraço, caso fosse catapultado do processo eleitoral na Casa. Uma vez reeleito, não terá condições de rivalizar a Assembleia contra o governo, porque seu cargo agora se torna dependente do governador.
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