Sábado, 27 Abril 2024

Desgaste de prefeitos pode prejudicar palanque palaciano

Desgaste de prefeitos pode prejudicar palanque palaciano
O governador Renato Casagrande investe em uma estratégia de fortalecimento de sua imagem no interior do Estado, com investimentos nos municípios e socorro às cidades atingidas pelas chuvas do final de 2013. Isso lhe trouxe uma legitimação como liderança política do processo eleitoral deste ano e atraiu para seu palanque a maioria dos partidos. 
 
Um problema, porém, surge no horizonte. Casagrande buscou o fortalecimento dos prefeitos aventando a possibilidade de uma contrapartida na eleição, com os atores municipais agindo como indutores de votos para sua campanha à reeleição. Mas terão os prefeitos condições de retribuir esse investimento?
 
No interior as cidades de maior porte estão com problemas em suas gestões. Em Colatina e Cachoeiro de Itapemirim, os prefeitos Leonardo Deptulski e Carlos Casteglione, ambos do PT, estão em segundo mandato e o capital político dos prefeitos está capenga. Em Linhares, o pedetista Nozinho Correia decepcionou, e em São Mateus, Amadeu Boroto (PSB) também não é exatamente uma unanimidade. Como o PT alinhava uma costura com o PMDB de Paulo Hartung, Cachoeiro e Colatina também devem estar em outro palanque, assim como Nozinho, porque o PDT também está na composição ao lado de PMDB e PT.
 
É claro que o voto do interior conta e muito para a eleição, mas sozinho não resolve. Tirando as cidades-polo, nos demais municípios o eleitorado é pequeno. Aliás, metade dos municípios do Estado tem menos de 20 mil habitantes, o que os torna dependentes do governo do Estado e com pouca densidade eleitoral. 
 
Com o foco no interior, o governador Renato Casagrande conta com seus aliados na Grande Vitória, onde está concentrado 60% do eleitorado capixaba. Mas para isso precisará que seus aliados estejam fortes e isso está além de seu controle. O prefeito da Serra, Audifax Barcelos, do PSB, do governador Casagrande, tem acumulado desgastes desde que assumiu a prefeitura. 
 
Para o governador, ter um prefeito de seu partido enfraquecido não é bom, ainda mais quando o prefeito comanda o maior colégio eleitoral do Estado. Além disso, o ex-prefeito Sérgio Vidigal (PDT) está na cola de Audifax e, segundo interlocutores, se entendendo muito bem com o ex-governador Paulo Hartung, 
 
O prefeito de Cariacica, Geraldo Luzia, o Juninho (PPS), também é bem próximo do PMDB, que por sua vez oscila entre o palanque da unanimidade e a possibilidade de defender sua própria candidatura. Já o prefeito de Vila Velha, Rodney Miranda (DEM), é uma incógnita. Tem o DNA de Hartung e quer se aproximar de Casagrande. 
 
Independentemente de seu real propósito, o prefeito também não está no topo. Os reflexos de sua viagem para o exterior em meio às chuvas do final do ano conseguiram deixar sua imagem bem desgastada, por isso mesmo, deu uma sumida nos últimos dias. Tê-lo no palanque pode não ser exatamente a melhor opção de apoio. 
 
Casagrande tem Luciano Rezende (PPS), que apesar do nível alto de exigência da população da Capital, como lembrou seu líder do governo na Câmara Municipal, Namy Chequer (PCdoB), em entrevista a este Século Diário, tem avaliação positiva. Este é o principal aliado entre os prefeitos, mas não se testou sua capacidade de transferência de votos. 
 
Em um cenário em que Casagrande teria um palanque de unanimidade, esses detalhes podem não ser tão importantes, mas no caso de enfrentar um palanque do PMDB puxado pelo ex-governador Paulo Hartung, são esses detalhes que farão a diferença. 

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