A disputa acirrada para o Senado entre Rose de Freitas (PMDB), João Coser (PT) e Neucimar Fraga (PV) fica bem evidente na pesquisa Brand/Século Diário, quando observado o desempenho dos candidatos nos 18 municípios pesquisados. Mas, apesar do equilíbrio, para os meios políticos, a deputada Rose de Freitas tem um perfil eleitoral que a coloca em vantagem na corrida pelos votos dos indecisos.
Isso porque, a expectativa era de que a deputada tivesse um bom desempenho apenas no interior, devido ao perfil municipalista da parlamentar. Mas Rose também tem bom desempenho na Região Metropolitana. A deputada aparece empatada com João Coser em Guarapari (16,7%) e com Neucimar Fraga, em Cariacica (20,6% para Neucimar e 20% para Rose).
Dos 18 municípios pesquisados, a deputada lidera a disputa em sete: Barra de São Francisco (28,6%), Baixo Guandu (30,8%), Cachoeiro de Itapemirim (14,0%), Castelo (23,5%), Linhares (25,5%), Santa Teresa (36,4%) e São Mateus (26,0%).
Em seguida vem o ex-prefeito de Vitória, João Coser, que lidera a disputa na Capital (21,1%), mas é seguido bem de perto por Rose, com 20,5%. O candidato do PT tem a dianteira em Anchieta (28,6%), Colatina (23,6%), Nova Venécia (34,8%), Serra (19,6%) e Viana (33,3%). O ex-prefeito de Vila Velha, Neucimar Fraga (PV) também lidera a corrida no colégio que governou, com (20,6%) e em Aracruz (17,1%).
confira a tabela:
Com 34,7% de indecisos quanto ao candidato ao Senado, a tendência é de que Rose de Freitas possa crescer na disputa por causa de seu perfil municipalista. Neucimar e Coser foram prefeitos da Grande Vitória e seus eleitores tendem a se concentrar nesta região. Mesmo tendo ambos passado pela Câmara de Deputados, a candidata do PMDB tem uma imagem mais ampliada no Estado por causa de sua parceria com a maioria dos prefeitos e vereadores do interior.
Rose aposta, inclusive, no apoio dos prefeitos e vereadores para buscar sua eleição. Sem o apoio efetivo de seu candidato ao governo, Paulo Hartung, a deputada tenta transpor a clandestinidade do apoio do ex-governador ao candidato do PT e vem fazendo isso, com fórmula que lhe garantiu seis mandatos na Câmara dos Deputados.
Neucimar Fraga tenta consolidar a candidatura tardia ao Senado, mas sofre ainda com a confusão política criada com a saída do pleito do delegado de Delitos do Trânsito, Fabiano Contarato. Ele era considerado a novidade do pleito e poderia desequilibrar o jogo eleitoral ao Senado. Com sua saída, houve um rearranjo no palanque do governador Renato Casagrande, que ainda não foi bem digerido pelo eleitorado.
O formato da disputa este ano também ajuda a complicar o cenário eleitoral. Em 2010 foram disputadas duas vagas, mas havia uma separação dos palanques com franco-favoritismo do grupo palaciano. Em 2006, Renato Casagrande foi a aposta do palanque de Paulo Hartung. Do outro lado estava Max Mauro, no palanque de Sergio Vidigal, no palanque do PDT. Embora, o candidato ao Senado fosse forte, Vidigal não conseguiu dar a sustentação que seu parceiro de palanque precisava. Já Hartung, limpou o caminho para garantir a eleição de Casagrande.
Este ano, há três candidatos de peso equilibrado se dividindo em dois palanques, já que Coser se afina com o palanque de Hartung e não com o de Roberto Carlos (PT). Essas movimentações deixam a situação complicada para o eleitor capixaba que geralmente aposta na parceria entre governo e Senado na majoritária.
