Domingo, 05 Mai 2024

Disputa entre Hartung e Casagrande representa a manutenção do ES-2030

Disputa entre Hartung e Casagrande representa a manutenção do ES-2030
Em novembro de 2011, ano em que Renato Casagrande (PSB) se elegeu governador do Estado em parceria com a organização social Espírito Santo em Ação, lançou o projeto de elaboração do plano ES-2030, um plano de ação do governo para as duas décadas seguintes. Em dezembro de 2013, o Plano estava pronto e foi apresentado em solenidade com a presença das autoridades do Estado. 
 
O lançamento consolidou aquilo que Casagrande pregou em sua eleição, que faria um governo de continuidade, afinal, antes do ES-2030, seu antecessor, Paulo Hartung (PMDB) governou seguindo as diretrizes de seu projeto de governo, o ES-2025, também elaborado em parceria com a Espírito Santo em Ação, ou seja, a matriz dos dois projetos é exatamente a mesma.
 
Por isso, embora os principais atores falem em quebra da unanimidade ou fim da unidade, os observadores dos movimentos eleitorais deste ano defendem que essa unanimidade não acabou, apenas se dividiu em uma luta pelo poder. Isto porque, independentemente do vencedor da disputa estadual, o novo governo deve seguir as mesmas diretrizes do ES-2030. 
 
A tendência, para os meios políticos é de que, em se mantendo a polarização da disputa eleitoral, o embate entre Casagrande e Hartung deve se restringir à comparação das realizações dos dois candidatos à frente do governo. Mas dificilmente, o projeto de governo do Estado será discutido, já que isso demandaria uma quebra de relação com o segmento empresarial do Estado, que dá as cartas na gestão política capixaba, muito antes de Hartung ou Casagrande ascenderem ao governo.
 
Sem contar que essa mesma classe empresarial é a principal financiadora das campanhas. Se a polarização se consolidar, a única coisa que muda é que os empresários deverão apostar nos dois "cavalos", já que os dois projetos se encaixam às expectativas do empresariado capixaba.
 
A entrada de outros agentes na disputa eleitoral poderia levar a uma reflexão se o projeto ES-2030 atende aos interesses da sociedade como um todo e não apenas a elite empresarial do Estado, mas nem todos os nomes cogitados para a entrarem na disputa teriam condições de fazer esse debate. 
 
O ex-prefeito de Colatina, Guerino Balestrassi, que tenta manter no PSDB seu nome na disputa, tem ligação com o grupo de Hartung, assim como o presidente do PT estadual, João Coser. Por isso, nos meios políticos, eles não representam uma mudança no modelo de gestão do Estado, caso tivessem chance de vitória. 
 
Proposta bem diferente tem o Psol. O partido poderia debater o atual projeto político do Estado com Camila Valadão (PSol). A candidata do Psol ao governo está alinhada a uma proposta ideológica credenciada para questionar o formato da política vigente. Mas o pouco tempo do PSol de TV pode prejudicar um aprofundamento do debate.
 
Já o senador Magno Malta (PR), caso entre na disputa, também combate o modelo atual, com um discurso conservador, que mobiliza o eleitorado mais humilde, que se identifica com sua candidatura. Mas, até o momento, o senador republicano não dá sinais de que entrará no jogo político local deste ano. Malta ainda insiste no projeto de se lançar candidato à Presidência da República, mas sem contar com a apoio do próprio partido.

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