Segunda, 29 Abril 2024

Eduardo Campos é o governador mais bem avaliado em pesquisa

Eduardo Campos é o governador mais bem avaliado em pesquisa
Em maio, o governador Renato Casagrande (PSB), frente à movimentação do colega Eduardo Campos, que se insinuava como virtual candidato à presidência da República, disse publicamente que o governador de Pernambuco “não tinha condições de ser candidato, ainda”. 
 
A pesquisa CNI/Ibope, divulgada nesta quinta-feira (25), pode indicar que o “ainda” já chegou. A pesquisa foi feita entre os dias 9 a 12 julho, quando as capitais já conviviam com as manifestações a todo vapor nas ruas. Caso de São Paulo, por exemplo, que iniciou a série de protestos no início de junho. 
 
De acordo com os dados da pesquisa, Campos aparece com 58% de ótimo/bom. O índice confere ao pernambucano a melhor média de aprovação entre os 11 governadores avaliados. Um índice fantástico, se considerarmos que o pior avaliado, o governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB), tem apenas 12% de ótimo/bom.
 
Esse resultado favorável a Campos pode obrigar o governador capixaba a rever sua posição. Dentro do PSB, inclusive, mesmo antes da divulgação da pesquisa – que também confirma a queda de Dilma Rousseff (em junho a presidente tinha 55% de ótimo/bom e agora tem 31%) -, já havia uma forte movimentação no sentido de consolidar a candidatura do governador pernambucano. 
 
Nas últimas semanas, a agenda política do governador foi tomada por almoços, jantares e reuniões, o que vem fazendo crescer o número de adeptos ao seu projeto dentro do PSB.
 
Algumas lideranças do partido, inclusive, já falam que a candidatura do socialista é irreversível, e destacam que a queda de Dilma, em decorrência dos protestos de rua, zera o jogo eleitoral para 2014. 
 
Se o placar nacional volta à estaca zero, a mesma lógica serve também para as disputas estaduais. O tabuleiro eleitoral de Casagrande, montado antes da série de protestos, já não traduz o atual cenário político. O governador terá que redistribuir suas peças e repensar a estratégia de jogo, já que o anterior se tornou obsoleto.
 
Antes dos protestos, Casagrande via Dilma com um pé no Palácio do Planalto em 2015. Por aqui, ele tinha na base do seu governo a trinca PSB-PMDB-PT, alinhada ao governo federal, que parecia perene. Por isso se irritou tanto quando Campos iniciou uma movimentação com vistas a se colocar como virtual candidato a presidente, na opinião de Casagrande, uma decisão inoportuna. 
 
Na época, na condição de secretário-nacional do partido, o governador capixaba conseguiu dissuadir o colega a botar a barba de molho e dar tempo ao tempo. Campos recuou. 
 
Mas agora o cenário é outro. Dilma está em queda, Campos está na iminência de se viabilizar candidato a presidente com o apoio de grande parte do PSB, além disso, a liga que mantinha a trinca PSB-PMDB-PT unida começou a descolar. 
 
O PMDB está cada vez mais propenso a lançar candidatura própria, com o senador Ricardo Ferraço. 
 
Não bastasse, a relação PT-PSB - depois do racha em torno da votação do projeto que propunha o fim da cobrança do pedágio na Terceira Ponte – se estremeceu, e dificilmente vai ser a mesma daqui para frente.
 
Casagrande, que falava em se manter neutro nas eleições presidenciais para não desalinhar os partidos que gravitam ao redor do seu arco de aliança, talvez tenha que armar um palanque para receber o candidato socialista. As lideranças nacionais do PSB, pelo menos, acreditam que o colega capixaba não deixaria Eduardo Campos no chão. 

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