Disputa reúne assessores parlamentares e tem influência de vereadores e de evangélicos
A eleição da Associação de Moradores de Barcelona, bairro da Serra, está marcada para o próximo dia 26, e conta com quatro chapas registradas: Chapa 11, que tem Max Periguinho como candidato a presidente; Chapa 12, encabeçada por Professor Artur; Chapa 33, com Carlinhos Pé Sujo à frente; e Chapa 44, com Wesley Caju.
Dos possíveis candidatos a presidente que se articulavam antes do prazo de registro das chapas, apenas João Eudes recuou. DJ e assessor parlamentar do vereador Pequeno do Gás (PSD), Eudes decidiu apoiar a chapa comandada por Carlinhos Pé Sujo.
Max Periguinho tenta a reeleição na Presidência da associação. Ele já fez parte do grupo de Professo Artur, mas é ligado atualmente ao vereador Cabo Rodrigues (MDB). O vice em sua chapa, Jones Nunes, foi candidato a vereador pelo Podemos no ano passado, e recebeu 541 votos.
Professor Artur é um dos que possui maior visibilidade entre os candidatos a presidente. Ele foi vereador na última legislatura e ficou como suplente do Progressistas (PP) na eleição do ano passado, após conquistar 2,5 mil votos. Atualmente, é assessor parlamentar do deputado estadual Vandinho Leite (PSDB).
O vice de Artur, Basílio da Saúde, também é ex-vereador, e se candidatou para o mesmo cargo no ano passado pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB), conquistando 784 votos. Nilza Cordeiro, presidente do diretório municipal do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), está na chapa de Artur.
Já Carlinhos Pé Sujo é um veterano nas eleições de Barcelona, tendo cumprido seis mandatos como presidente da Associação de Moradores. Ele é assessor parlamentar do deputado estadual Alexandre Xambinho (Podemos), ex-vereador da Serra, e também tem apoio do vereador Professor Renato Ribeiro (PDT). No ano passado, Carlinhos tentou uma vaga na Câmara Municipal e obteve 856 votos. O vice na chapa de Carlinhos, Alessandro Gordinho, também é assessor de Xambinho.
Wesley Caju, por sua vez, também já foi assessor parlamentar de Professor Artur. Membro da Igreja Evangélica Assembleia de Deus – Ministério Madureira, ele tem o apoio de lideranças religiosas locais. Seu vice, Pastor Joaquim, está à frente da igreja que ele frequenta.
Polêmicas
O bairro Barcelona surgiu na década de 1980 como um conjunto habitacional para trabalhadores de empresas da região. Levantamentos informais apontam que tem cerca de 20 mil habitantes, mas esse número provavelmente é bem menor.
Na verdade, a eleição da associação de moradores era para ter acontecido em julho, mas o pleito foi suspenso por decisão judicial, após uma ação movida por Wesley Caju. Em assembleia realizada no último dia 18 de agosto, decidiu-se que todos os moradores do bairro acima de 16 anos vão ter direito a voto, e não apenas os associados. Com isso, a expectativa é de que o número de votantes tenha um crescimento expressivo este ano.
Na ação judicial contra a Associação de Moradores do Conjunto Granjas Novas – nome antigo de Barcelona -, Wesley Caju alegou que a atual diretoria estava praticando uma série de irregularidades. Segundo ele, o atual presidente fez uma modificação no estatuto em que restringia a possibilidade de se candidatar aos sócios que são proprietários de imóveis no bairro, que compõem a minoria dos associados.
Além disso, a diretoria também não teria encaminhado as informações sobre o quadro de associados, tampouco a relação de documentos necessários para formalização das candidaturas. Houve ainda o adiamento de uma assembleia geral após questionamentos, mas retirando da pauta a formação da comissão eleitoral, designando para a Federação das Associações de Moradores da Serra (Fams) o papel de comandar as eleições. As dificuldades acabaram levando à aprovação unicamente da chapa do atual presidente no pleito.
No último dia 25 de julho, a juíza Kelly Kiefer acatou as alegações para suspender a votação que havia sido marcada para 27 daquele mês e determinar a republicação do calendário eleitoral. Entretanto, recusou a demanda para a nomeação de um interventor na associação. Sendo assim, a diretoria encabeçada por Max Periguinho segue atuando, mas sem poder provocar despesas, tendo em vista que o seu mandato já venceu.
Outros dois processos eleitorais comunitários da Serra registraram polêmicas recentes. Em Planalto Serrano – Bloco B, um homem alegou que foi agredido por Marilene Gomes Almeida, presidente da Federação das Associações de Moradores da Serra (Fams). Em José de Anchieta II, a mudança de local de votação gerou controvérsia.
