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Em tom ameno, Lorenzo Pazolini presta contas na Câmara de Vitória

Prefeito recebeu tratamento cordial até mesmo de parlamentares de oposição

CMV

O prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos), prestou contas de seu mandato na Câmara de de Vitória nesta terça-feira (30), como exige a legislação. O tom geral das intervenções dos parlamentares foi bastante “amigável”, inclusive daqueles que integram a oposição.

O único momento tenso foi um embate com Pedro Trés (PSB). O vereador argumentou que os bons índices apontados pela administração municipal se deviam, em grande parte, à gestão estadual de Renato Casagrande (PSB). Ele também questionou o prefeito sobre a preservação de patrimônios históricos do município, como a Chácara Von Schilgen, Cais do Hidroavião, Mercado São Sebastião e Mercado da Capixaba – nesse último caso, reinaugurado com detalhes estruturais incompletos, segundo ele.

Em resposta dura, Lorenzo Pazolini acusou Pedro Trés de “estuprar os números”. “Se o Espírito Santo tem bons índices, é Vitória que carrega”. Não respondeu sobre o Mercado da Capixaba, mas disse que o Mercado São Sebastião foi entregue à associação de moradores, que será lançado em breve um edital para restauro do Cais do Hidroavião, e reconheceu desafios pontuais, como no caso da Chácara Von Schilgen.

Já Ana Paula Rocha (Psol) criticou as políticas de moradia na prefeitura, apontando que Vitória possui deficit habitacional de 11 mil residências – de acordo com o Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN) –, e que o bônus moradia tem sido usado para compra de imóveis fora da Capital, devido ao valor insuficiente para cobrir os preços do mercado imobiliário. Ela também questionou Pazolini sobre reajustes para servidores e se o município continuará o processo de terceirização na área da saúde.

De forma bem mais cordial, Lorenzo Pazolini afirmou que havia distorção nos dados apresentados sobre deficit habitacional, uma vez que, de acordo com ele, as informações apontam para moradias precárias, e não para ausência de residências. O prefeito defendeu o uso do bônus moradia para compra de imóveis em outras cidades, porque essa seria uma medida adotada por vítimas de violência doméstica que precisam se afastar de seus agressores.

Sobre os servidores, defendeu que sua gestão já tem valorizado o funcionalismo – apesar das informações em contrário –, dizendo que promoveu 32,2% de reajuste salarial e 157,7% de aumento no tíquete – alimentação ao longo do mandato. Ele também defendeu as terceirizações. “Na verdade nós estamos aumentando a força de trabalho com a terceirização”, argumentou.

No caso dos demais vereadores de partidos de oposição, Professor Jocelino, Raniery Ferreira (ambos do PT) e Bruno Malias (PSB) adotaram um tom, em geral, elogioso, fazendo cobranças pontuais. Raniery chegou a agradecer “pelas várias entregas na Grande Goiabeiras”.

À direita, Dárcio Bracarense (PL) afirmou que havia dúvidas sobre o índice de 569 dias sem feminicídios, uma vez que houve o assassinato de uma mulher na cidade em novembro. Ele também criticou Lorenzo Pazolini por ter vetado um projeto de lei de sua autoria relacionado a um programa de saúde mental.

O prefeito argumentou que o assassinato mencionado ainda estava em investigação, e ainda não era tratado nas estatísticas como feminicídio. Quanto ao veto, Pazolini afirmou que havia vício de iniciativa na proposta, mas que estava disposto a abraçar o projeto de lei do parlamentar e lhe dar o devido reconhecimento.

Apresentação

Antes dos questionamentos, Lorenzo Pazolini realizou uma apresentação destacando números que ele considera positivos de sua gestão. No início, exaltou o papel de sua gestão em acelerar a vacinação contra a Covid-19, em 2021, sendo a “primeira cidade a reabrir as escolas” e a “reabrir o comércio” – mesmo que durante a pandemia, quando ainda era deputado estadual, Pazolini tenha sido alvo de uma representação criminal, junto a outros parlamentares, por ter feito uma “fiscalização surpresa” no Hospital Dório Silva, na Serra.

Outro ponto de sua apresentação foi a elevação dos investimentos próprios da Prefeitura de Vitória, que chegaram a R$ 2,5 bilhões em sua gestão. Também exaltou outros títulos, como o de “cidade mais inteligente e conectada”, conferido pela revista Veja Negócios; 1º lugar nacional em alfabetização; saúde mais bem avaliada do Brasil por dois anos consecutivos; redução de 67% nos casos de feminicídios e 36% das mortes violentas; requalificação urbana da orla marítima; e inauguração do restaurante popular, que serve 2,1 mil refeições diárias.

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