​Em viés de baixa, MDB tem 90 dias para eleger Diretoria Executiva no Estado

Encerrado o conflito que terminou com a suspensão de integrantes históricos de seus quadros e sem eleger nenhum vereador na Grande Vitória, o MDB tem a partir desta terça-feira (1) uma Comissão Provisória com a incumbência de eleger, no prazo de 90 dias, a nova Diretoria Executiva no Espírito Santo. A decisão foi adotada no último dia 30 de novembro, quando foi desfeita a Comissão Interventora. 

Fazem parte dessa comissão o ex-deputado Lelo Coimbra, presidente; Francisco Carlos Donato Júnior, secretário executivo; e José Maria Pimenta, tesoureiro. Como membros, atuam  Guerino Zanon, Lucas Henrique Salles Barreiro Nobre e Marilza Barbosa Prado Lopes. Substituem a Comissão Interventora, constituída por Washington Reis de Oliveira, Fátima Pelaes, Lelo Coimbra, Gabriel Souza e Tadeu Filippelli.

A intervenção do MDB termina logo depois de o Delegado Pazolini (Republicanos) ser eleito prefeito de Vitória, em campanha que contou com o apoio o partido, por meio da coligação "Vitória Unida é Vitória de todos", que inclui ainda o DEM e Solidariedade. No mercado político, as alterações se encaixam nas articulações para a sucessão de 2022, visando formar base para candidaturas de direita, isoladas do bolsonarismo.

Desfalcado de quadros importantes desde a desfiliação do então governador Paulo Hartung, que em 2018 desistiu da reeleição, o MDB capixaba elegeu apenas oito prefeitos este ano e nenhum vereador nos municípios da região metropolitana.

Na portaria que acaba com a intervenção, o presidente da Executiva Nacional, deputado federal Baleia Rossi, justifica a medida ao afirmar que "não mais estão presentes as causas determinantes para a intervenção. E, passadas as eleições, a tendência é que as disputas internas voltem à normalidade, para o campo político, como sempre deve ser".

O documento confirma que a "sede partidária foi retomada no início de outubro e todas as providências partidárias, notadamente, a prorrogação dos mandatos das comissões provisórias dos diretórios municipais, a nomeação de comissões provisórias, os pagamentos das despesas mensais regulares de custeio, e as providências documentais para os trabalhos remotos, executadas a contento".

O texto é uma referência à ocupação da sede do partido liderada pelo deputado estadual José Esmeraldo e o ex-deputado federal Marcelino Fraga, que tentaram disputar o controle do partido em um processo eleitoral conturbado, motivo da intervenção.

A situação desfavorável do MDB no Espírito Santo começou em 2016, época em que o então governador Paulo Hartung era um dos integrantes e cuja influência permaneceu mesmo depois que ele deixou o partido, próximo do final do seu terceiro mandato, em novembro de 2018.