Quinta, 02 Mai 2024

Entrevista de Temer desmonta discurso da preferência por Hartung

Entrevista de Temer desmonta discurso da preferência por Hartung
A entrevista do vice-presidente Michel Temer sobre a candidatura do PMDB no Espírito Santo, publicada nesta sexta-feira (25) no jornal A Gazeta, desmonta uma imagem criada nos meios políticos desde o encontro dele com o senador Ricardo Ferraço e o ex-governador Paulo Hartung. 
 
O discurso que chegou à classe política capixaba foi de que Temer havia pedido ao ex-governador para ser o candidato e que diante da recusa do ex-governador, o nome de Ricardo Ferraço fora colocado. 
 
Na entrevista publicada no jornal A Gazeta, o vice-presidente afirma que não tem preferência alguma por um ou outro nome, o que desmonta o discurso anterior. “No plano nacional, o partido respeita e admira igualmente o senador Ricardo Ferraço e o ex-governador Paulo Hartung”, disse. 



Enquanto Hartung tenta impor essa imagem de que seria o favorito da Executiva Nacional, em Brasília a conversa é outra. No PMDB nacional a imagem do ex-governador não seria das melhores. Já o senador Ricardo Ferraço seria, sim, o nome escolhido pelo vice-presidente para a disputa no Estado. Senador, com visibilidade, Ricardo Ferraço tem a confiança da nacional. 
 
A pressão de Hartung viria da constatação do grupo de que a disputa para o governo do Estado pode ser mais fácil para o ex-governador do que a disputa ao Senado, sobretudo, com a possibilidade de ele ter de enfrentar o delegado Fabiano Contarato, novidade no pleito e com popularidade para a disputa. Já na comparação de governos, Hartung vem conseguindo passar a imagem de que seu sucessor é mais fraco na gestão, tornando a sua candidatura viável.
 
 
Depois do encontro com Michel Temer e a definição da candidatura, houve resistência dentro do partido. Primeiro porque a bancada na Assembleia quer continuar no palanque de Renato Casagrande e segundo porque a forma costurada por fora também não foi aceita pelos membros do partido no Estado. 
 
A prioridade do partido é a candidatura própria no Estado, mas como o partido vai construir esse palanque vai ser de responsabilidade do PMDB do Estado. Além disso, Temer não fechou questão sobre o rompimento do partido no Estado com o governo Casagrande. 
 
Apesar de o presidente regional do partido, Lelo Coimbra, ter antecipado este debate, entregando o cargo que o partido ocupa no governo, o vice-presidente é mais cauteloso. “A orientação é de ter candidato, mas a decisão final só será tomada pelo PMDB estadual em junho. Então, vamos aguardar a construção de palanques e alianças”, disse. 
 
Para os meios políticos, a entrevista de Temer esclarece a movimentação do PMDB nacional e mostra como se dá a estratégia do grupo do ex-governador para buscar espaço político em nome do partido. Agora, uma nova movimentação também começa a ganhar força no sentido de pressionar uma escolha pelo nome do ex-governador. 
 
A coluna de Ilimar Franco, do jornal O Globo, reproduzida pelo jornal A Gazeta, diz que a aliança do PMDB e PT não estaria se consolidando porque o PT nacional prefere Paulo Hartung a Ferraço. Como justificativa, usa o fato de a participação de Ricardo no episódio envolvendo a fuga do senador boliviano Roger Molina para o Brasil ter irritado o partido. 
 
De fato, a presidente Dilma Rousseff não gostou nada da situação, mas ela também não gostou da postura de Hartung na eleição 2010 e nem do recado que ele deu à presidente, dizendo que ela deveria “calçar as sandálias da humildade”, depois de ter sido derrotada no Espírito Santo.  
 
 

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