Escândalo no Iases pode antecipar afastamento de Casagrande e Hartung
Os deputados estaduais José Esmeraldo e Gilsinho Lopes, do PR, e Sandro Locutor, do PV, na sessão dessa segunda-feira (20) na Assembleia Legislativa, cobraram a saída do secretário de Justiça Ângelo Roncalli do cargo, depois do escândalo de corrupção no Instituto de Atendimento Sócioeducativo do Estado (Iases), uma autarquia ligada à Secretaria. As críticas refletem um sentimento do plenário em relação ao caso.
Diante da chiadeira, a avaliação dos meios políticos é de que o governador Renato Casagrande terá que antecipar uma movimentação que previa intensificar apenas após a eleição: a retirada gradual dos membros de sua equipe ligados ao ex-governador Paulo Hartung (PMDB). É o caso de Roncalli, que durante boa parte do governo passado esteve à frente da Secretaria de Estado de Justiça (Sejus).
O secretário bem que tentou se desvincular das denúncias de corrupção na autarquia ligada à Sejus, mas como as irregularidades têm início em 2006 e nesse período o secretário jamais tomou qualquer atitude para coibir a prática, fica muito difícil acreditar que Roncalli não sabia das movimentações no instituto.
Toda a cúpula da Segurança que atua no governo Casagrande é ligada ao ex-governador, a começar por Roncalli, que chegou ao governo de Hartung justamente em 2006, quando começou o contrato com a Associação Capixaba de Desenvolvimento e Inclusão Social (Acadis), que gerou o escândalo.
Além dele, o secretário de Ação Estratégica, André Garcia, veio de Pernambuco, com Rodney Miranda (DEM), ex-secretário de Segurança do Estado, quando o demista atuou naquele Estado. O secretário de Segurança, Henrique Herkenhoff, que seria a novidade na cúpula da Segurança do governo Casagrande, deixou o cargo de desembargado federal para assumir a pasta. Embora não tenha participado do governo de Hartung, atuou na força-tarefa que esteve no Estado em 2002. Sua ligação é com Rodney Miranda.
Com a pressão da base, o governador Renato Casagrande terá que se posicionar sobre a situação e, no Palácio Anchieta, a impressão é que a permanência de Roncalli na pasta depois do escândalo é muito difícil.
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