Segunda, 29 Abril 2024

Escolha do novo conselheiro do Tribunal de Contas pode se arrastar até o final do ano

Escolha do novo conselheiro do Tribunal de Contas pode se arrastar até o final do ano

A escolha do novo conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE), a ser indicado pela Assembleia Legislativa, deve se resumir a uma questão de tempo. ?? o que indicam os bastidores da Casa, que volta do recesso no próximo dia 5. Apesar da previsão de reinício da discussão sobre a vaga ??? aberta pela aposentadoria de Marcos Madureira ??? com o retorno das atividades dos parlamentares, a expectativa é de que o processo de escolha se arraste até o final deste ano.



A demora deve ser ocasionada pelos ritos do processo, que conta com um número inédito de candidatos: 22. Entre os inscritos estão quatro deputados Claudio Vereza (PT), Dary Pagung (PRP), Paulo Roberto e Sérgio Borges (ambos do PMDB). O Regimento Interno da Casa prevê que, antes do processo de votação no plenário, todos os candidatos deverão passar por sabatina individual pela Comissão de Finanças. Fontes ouvidas pela reportagem indicam que os próprios candidatos podem pedir o adiamento da audiência, fato que pode estender a conclusão do procedimento.



Esse tempo a mais é visto como um ponto positivo, não apenas para os deputados candidatos, mas também para o plenário como um todo após o período de turbulência causado pelas manifestações populares, que chegaram ao Legislativo. Além da ocupação da sede da Assembleia para a votação do projeto que propunha o fim da cobrança do pedágio na Terceira Ponte, a ???voz das ruas??? incluiu em sua pauta a não-eleição do deputado Sérgio Borges (PMDB), atual líder do governo e principal cotado para a vaga.



Observadores políticos avaliam que, caso a escolha ocorresse logo no retorno do recesso, as chances de Borges seriam mínimas em função da pressão popular. O peemedebista foi alvo de uma condenação judicial pela acusação de ter recebido R$ 6,9 mil em diárias indevidas entre 1999 e 2002. Apesar de recorrer da decisão, o fato de ter sido incluído no rol dos ???fichas sujas??? ??? com base nos dispositivos da Lei da Ficha Limpa, que não rege a atual disputa ??? poderia deflagrar um novo levante popular contra um eventual descumprimento dos requisitos para a vaga, que é a reputação ilibada.



Deputados ouvidos pela reportagem reafirmam a disposição de eleger um dos quatro colegas na disputa. Posicionamento que alimenta a expectativa dos três candidatos restantes na Casa. Essa mesma pressão popular que pode alijar o atual líder do governo é apontada como uma das últimas fichas do deputado Cláudio Vereza (PT), que se alinhou aos movimentos sociais com o voto pelo fim da cobrança do pedágio. O petista é o único representante do G11 ??? como ficou conhecido o grupo de deputados que votou contra a posição da bancada governista no caso Rodosol ??? entre os candidatos à vaga de conselheiro.



Entretanto, o descolamento de Vereza do G16 ??? antigo G15 que recebeu a ???adesão de última hora da deputada Janete de Sá (PMN) ??? pode ser um obstáculo à sua candidatura. Vale lembrar que a candidatura do petista nunca foi uma unanimidade no plenário, que resistia à eleição de um deputado do PT. No entanto, o saldo das manifestações pode elevar o cacife do petista, que começou como um candidato de cinco votos ??? exatamente o tamanho da bancada de seu partido ??? e pode receber os votos de alguns dos dissidentes na polêmica sobre o pedágio.



Nos corredores da Assembleia, a grande dúvida sobre a participação de Vereza é se os novos possíveis votos serão suficientes para garantir os 16 votos no plenário, mínimo necessário para a eleição do novo conselheiro do TCE. Pesa ainda contra o ex-presidente da Casa, a evolução na atual crise entre o governador Renato Casagrande e o PT, que caminham para lados opostos nas eleições presidenciais do próximo ano ??? cenário inverso àquele que levou o socialista ao Palácio Anchieta como o candidato de continuidade.



Essa unanimidade política é a principal aposta do deputado Paulo Roberto Ferreira, ex-líder do governo Paulo Hartung (ambos do PMDB), que colocou o seu nome na disputa de última hora. Mesmo com a saída estratégica do ex-governador da frente dos holofotes políticos, os parlamentares atrelam a pretensão do peemedebista à principal estrela do seu partido. Com isso, a candidatura de Paulo Roberto seria também um teste à popularidade de Hartung entre os atuais deputados.



O último deputado na disputa é o menos badalado entre os candidatos da própria Assembleia. Desde o início das discussões sobre a eleição do substituto de Madureira, Dary Pagung (PRP) é apontado pelos bastidores como uma ???terceira via???. Apesar de ser considerado um azarão ??? até mesmo entre os colegas ???, o parlamentar pode se beneficiar das atuais circunstâncias que afetam as demais candidaturas. Em nenhum momento, Pagung fez questão de se colocar entre os favoritos. Pelo contrário, ventila-se que ele teria um acordo com Borges para ser o nome do G16, caso o peemedebista não se viabilize.



Levando em consideração o expediente em escolhas desta natureza, o comportamento discreto de Pagung pode beneficiá-lo, uma vez que os favoritos acabam sendo os mais visados. Entretanto, essa é uma questão que só o tempo poderá resolver.

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