Domingo, 28 Abril 2024

Ex-preso na ditadura e ativista cumpre agenda em Vitória

nilmariomiranda_Ascom_MDHC Ascom/MDHC

Para cumprir uma programação ligada aos direitos humanos, estará em Vitória nas próximas terça e quarta-feiras (29 e 30), o jornalista, escritor e humanista de referência nacional Nilmário Miranda, chefe da Assessoria Especial de Defesa da Democracia, Memória e Verdade do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC).

Ex-preso político na ditadura militar, Nilmário participa, também, do lançamento do livro Diários 1973-1974, de Mércia Albuquerque Ferreira, reconhecida advogada de vítimas da ditadura no Nordeste, que será realizado no Triplex Vermelho, Centro da cidade.

As memórias de Mércia Albuquerque Ferreira constroem um retrato dos bastidores e porões da ditadura militar, que durou 21 anos. Ela iniciou a carreira em 1964, em pleno golpe, na defesa do dirigente comunista Gregório Bezerra, em Recife, Pernambuco. A partir dessa experiência, impôs à sua carreira profissional a luta em favor dos presos políticos.

Além do lançamento do livro na quarta, às 19h, Nilmário participa no mesmo dia de uma reunião do Conselho Estadual dos Direitos Humanos, às 15h, e de outra, às 17h, da Comissão Estadual de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa. Na terça, ele visita o Memorial dos Capixabas Mortos e Desaparecidos na ditadura e o Monumento da Anistia, na Praça Costa Pereira, e participa da abertura da Conferência Estadual da Criança e do Adolescente.

Nilmário Miranda, ex-deputado estadual e federal por Minas Gerais em vários mandatos e primeiro titular de uma pasta voltada aos direitos humanos do país, hoje com 75 anos, começou com ativismo social em instituições católicas e movimentos estudantis. Aos 17 anos, na capital mineira, ingressou em uma organização que enfrentava a ditadura militar, por convite de "Dilminha" – a ex-presidente da República Dilma Rousseff.

Durante o ativismo político na ditadura, teve que renunciar à convivência com a família e ao emprego formal. Viveu na clandestinidade por quatro anos e meio, foi condenado como inimigo do país, e ficou preso por três anos e meio pelos órgãos de repressão do regime. Devido às torturas sofridas, Nilmário está há 50 anos sem ouvir com o ouvido esquerdo, mas tem a esperança de voltar a ter uma audição completa com o avanço da medicina.

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