O diretor-presidente do Departamento Estadual de Trânsito do Espírito Santo (Detran-ES), Fabiano Contarato, esteve novamente na CPI dos Guinchos da Assembleia, na manhã desta segunda-feira (13), mas o clima foi bem diferente de seu primeiro depoimento em 4 de maio. Em vez de se desmancharem em elogios, como da outra vez, os deputados cobraram atitudes mais enérgicas do diretor.
Contarato afirmou que uma comissão está realizando os levantamentos necessários para discutir a situação dos pátios, mas ao ser questionado sobre o prazo para a conclusão dos trabalhos, ele não soube informar. Disse que vem cobrando dos servidores a conclusão o mais rápido possível. A ideia é fazer a contratação dos pátios por licitação de menor preço e não por concessão, como funciona atualmente.
Sobre os atuais contratos, Contarato afirmou que não pode cancelá-los por cuidado para não infringir o contrato. Ele disse que algumas ações foram tomadas desde sua última ida à CPI, como o encaminhamento de projeto ao governo para disciplinar a distância para a remoção dos veículos, mas o governo não encaminhou a matéria à Assembleia.
O diretor foi criticado pelos deputados e pelo representante do Ministério Público Estadual (MPES) que acompanha os trabalhos. Eles entendem que Contarato poderia ser mais enérgico em suas atitudes, suspendendo contratos por portaria, por exemplo. Contarato afirmou que não pode driblar a Constituição, mas a justificativa não parece ter convencido os parlamentares.
Quando compareceu ao colegiado pela primeira vez, Contarato afirmou que o problema crônico no funcionamento de guinchos do Estado é de caráter legislativo, pois falta a regulamentação da lei que trata das taxas de remoção de veículos. Uma série de encaminhamentos eram esperados pelos deputados. Eles cobraram a falta de envio de informações solicitadas ao Detran e Contarato orientou os funcionários a enviarem o que tiverem à CPI.
Para os deputados Enivaldo dos Anjos (PSD) e Marcelo Santos (PMDB), faltou um pulso mais firme de Contarato na chegada ao Detran, até porque antes disso, como delegado de Trânsito, criticava as atuações do órgão e construiu uma imagem pública como defensor da população neste setor.
A CPI também pretendia ouvir nesta segunda as proprietárias do pátio Central Park, Auxiliadora Tibério Gomes e Ângela Maria Santana Oliveira. O Central Park, em Cariacica, é o principal pátio para onde os carros guinchados em Vitória são levados. As convidadas não compareceram, mas enviaram o administrador do pátio, Dionísio Gomes. Os deputados divergiram sobre a possibilidade de ouvi-lo. Ao final, ficou decidido que ele e as proprietárias ficariam convocados para a próxima reunião da CPI, que acontecerá depois do recesso parlamentar, no dia 3 de agosto.
