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Ferraço assume articulações e crise se agrava no  PSDB

O vice-governador César Colnago, presidente estadual do PSDB, passou formalmente o bastão das negociações interpartidárias ao senador Ricardo Ferraço, de acordo com decisão adotada em reunião ampliada da comissão executiva realizada neste sábado (21). 

O ato é parte da crise que atinge o partido no Estado desde 2017, provocada pelas interferências do governador Paulo Hartung, que deixaram a sigla sem quadros e com reduzido poder de articulação, centralizada a partir de agora em Ricardo, candidato à reeleição, que se alia com o ex-governador Renato Casagrande (PSB), líder na corrida ao Palácio Anchieta.  

Ainda neste sábado, o ex-secretário de Estado de Agricultura, Octaciano Neto, uma das apostas do frustrado projeto de reeleição de Hartung, desistiu da pré-candidatura à Câmara Federal. Ele foi filiado ao PSDB por imposição do governador, gerando um conflito interno que se amplia e deixa a sigla esfacelada no Estado. 

Em decorrência da submissão do partido a Hartung, possibilitada por Colnago, ocorreu uma debandada de valiosos quadros, entre eles o ex-prefeito de Vitória Luiz Paulo Vellozo Lucas, candidato a deputado federal, e o deputado estadual Sergio Majeski (PSB), gerando um bloco de oposição liderado pelo prefeito de Vila Velha, Max Filho.  

A executiva estadual afirma que o senador Ricardo Ferraço deixou claro que a decisão final será tomada coletivamente, na convenção tucana.  “Vamos olhar para frente, mas preciso destacar que César foi um leão nos últimos dias. Fez mais do que podia. Vamos seguir o diálogo com as forças políticas buscando o melhor para o Estado e o país”, diz a nota. 

Já a comissão de Vila Velha, o maior colégio eleitoral do Estado, adverte, em resposta à ameaça de uma intervenção da executiva estadual, que irá “encaminhar à Nacional do PSDB as preocupações em relação ao período eleitoral,  consoante à desagregação da unidade partidária que tal iniciativa poderá desencadear, causando irreparáveis prejuízos à legenda”. 

Colnago surge no cenário político como um dos mais atingidos pela desistência à reeleição do governador Paulo Hartung (MDB). Ele colocou o nome para substituir Hartung na disputa, sem, no entanto, conseguir unificar o bloco interpartidário formado para dar sustentação ao governo. 

As articulações tomaram rumos diferentes, esvaziando os movimentos de Hartung, que deixou de ter participação direta no processo eleitoral, favorecendo os pré-candidatos ao governo mais competitivos, o ex-governador Renato Casagrande (PSB)  a senadora Rose de Freitas (Podemos).    

O ex-secretário Octaciano Neto, também em nota, elogia o governador e afirma que ia se dedicar à vida pública. No entanto,  o motivo de sua desistência é vista como uma forma de favorecer Colnago, cuja campanha à Câmara vem encontrando dificuldade e minguando, como seu próprio partido. 

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