Quarta, 24 Abril 2024

Ferraço usa não cumprimento de demandas como desculpa

Ferraço usa não cumprimento de demandas como desculpa

Depois de muito debate nos bastidores da Assembleia Legislativa sobre a movimentação do presidente da Casa, Theodorico Ferraço (DEM), para emplacar sua reeleição à Mesa Diretora, jogar para o governo a responsabilidade da promessa de resolver a questão dos 11.98% dos servidores e da atuação em conjunto com o ex-governador Paulo Hartung (PMDB) visando à disputa de 2014, seria uma tentativa do demista de buscar justificativa para seus ataques ao governador Renato Casagrande.

Em entrevista à Rádio CBN Vitória, Ferraço criticou o governo sobre a falta de respostas a demandas de obras e de diálogo com o secretariado em relação às reivindicações de atendimento às suas bases eleitorais. Segundo Ferraço, o governo está “surdo e mudo para reclamações”.



As justificativas para o azedume com o governo, não convenceram, porém, os meios políticos, que vêem em toda a movimentação um objetivo bem mais amplo que o atendimento às bases. O processo que paralisou a discussão da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que institui a reeleição na Casa é um dos pontos que mais irritou o deputado.



O demista saiu para o recesso com a proposta assinada por 22 deputados. Mas durante as pequenas férias, o governo se movimentou, chamando o próprio Ferraço e o autor da proposta, José Carlos Elias (PTB), para conversar. O presidente da Assembleia disse à rádio nesta terça-feira (7), que a proposta está em sua mesa, dando a entender que não vai aceitar a solicitação do Executivo para que a PEC fique para depois do processo eleitoral.



O problema é que a movimentação palaciana não se restringiu apenas a conversar com os autores da manobra. Na Casa já há um sentimento de esvaziamento da campanha de Ferraço à reeleição. O resultado das disputas municipais que vai alterar o plenário da Casa em 2013, aliado à necessidade dos deputados de se aproximarem do governo diante das incertezas fiscais para o próximo ano, sobretudo, àqueles que se elegerem na disputa de outubro, fazem com que a opinião do governador sobre as deliberações da Casa ganhem força no plenário.



Outra leitura sobre a crise entre Legislativo e Executivo está ligada à disputa de poder entre o atual governador e o antecessor Paulo Hartung. Theodorico, pai do senador Ricardo Ferraço (PMDB), estaria se movimentando no sentido de desgastar politicamente o governador Casagrande dentro de um projeto de fortalecimento do palanque do grupo, que pode ter o senador ou o ex-governador como cabeça de chapa.



A aproximação de Ferraço com Hartung ficou explícita na disputa em Guarapari, onde os dois vêm caminhando juntos em favor do palanque de Edson Magalhães (PPS). Esse movimento no município reforça para os meios políticos a parceria entre Hartung e os Ferraço em um projeto de poder mais amplo.

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