Sexta, 03 Mai 2024

Foletto se fortalece com saída de Macaciel Breda do comando do PSB

Foletto se fortalece com saída de Macaciel Breda do comando do PSB
Muitas são as razões para explicar a saída de Macaciel Breda, braço direito do governador Renato Casagrande, da presidência do PSB no Estado. Todas elas convergem para o pleito do próximo ano. A insatisfação com o presidente do partido vem dos candidatos proporcionais que viam na figura de Macaciel uma ameaça ao processo eleitoral de 2014, sobretudo, daqueles que têm base em municípios com população abaixo de 20 mil habitantes.
 
A primeira razão vem das eleições do ano passado, quando o presidente do partido articulou nos municípios as candidaturas socialistas. O partido amealhou 22 prefeituras, nove a mais do que as conquistadas em 2008. O sucesso, em parte, foi atribuído à movimentação do presidente do partido. 
 
A preocupação dos candidatos para o próximo ano é de que esses prefeitos, a grande maioria de municípios com eleitorado pequeno, trabalhem em favor da candidatura de Macaciel a deputado estadual, o que diminuiria as chances de outros socialistas e de candidatos da base do governador Renato Casagrande.
 
Mas não é apenas na estadual que a saída de Macaciel tem influência. Ao passar a presidência do partido ao deputado federal Paulo Foletto, o partido instrumentaliza o parlamentar para articular sua reeleição para a Câmara dos Deputados. A intenção seria fazer com que ele saia das urnas com mais votos que o secretário de Esportes do Estado, Vandinho Leite, que também disputará uma cadeira pelo PSB e vem sendo considerado uma aposta forte para 2014. 
 
Essa mudança na cúpula socialista favorece as movimentações do governador também. Como Foletto tem acesso ao governador, garante o diálogo da base com o Palácio Anchieta e dilui a influência nos municípios sob o controle do PSB, facilitando as composições das coligações proporcionais. 
 
Os candidatos têm um diálogo fácil com Foletto, o que garante suas candidaturas e também o processo de construção do palanque de reeleição do governador Renato Casagrande. Até porque a disputa proporcional é uma equação difícil para o governador. Hoje ele tem garantido o apoio do PPS e do PP e está em conversas com o PMDB, PT e PDT.
 
Deve conquistar também o apoio do bloco de seis partidos que fecharam acordo na segunda-feira, com PTdoB, PCdoB, PSL, PRB, PTC e PHS. A tendência é de que o PV também caminhe com o governador. Em 2010, Casagrande teve apoio de 15 partidos, sem contar o PSB.
 
Essa estratégia de sacrificar um membro do partido para garantir as articulações com a base já é conhecida de Casagrande. No pleito de 2010, no comando do PSB, ele retirou o seu favorito para a disputa à Câmara, o então vice-prefeito de Vitória Sebastião Balarini, para garantir o espaço de Foletto. Dois anos depois, retirou Foletto da disputa à prefeitura de Colatina para garantir uma acomodação do PT em sua base.
 

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