Quinta, 02 Mai 2024

Fundo vira trunfo de Casagrande para a disputa eleitoral de 2014

O lançamento do Fundo Cidades, pelo governo do Estado, nessa segunda-feira (16), além de representar um alívio para os prefeitos, que estão com as contas no vermelho por causa da perda de recursos federais e as dívidas herdadas dos antecessores, também se torna um trunfo para o governador Renato Casagrande (PSB) com vistas à disputa do próximo ano. 
 
Isso porque uma movimentação muito forte do ex-governador Paulo Hatung (PMDB) nos bastidores havia enfraquecido o palanque de Casagrande, desarticulando a base que garantiu unanimidade na eleição do governador. Hartung conseguiu passar uma mensagem por meio de seus emissários de que o governo que o sucedeu não teve a excelência desejada na gestão. Paralelo a isso, vem trabalhando em frentes políticas para desestabilizar a base de Casagrande. 
 
Sem nenhum trunfo até aqui, o governador via escorrer pelas suas mãos o controle do processo eleitoral do próximo ano. Ao mesmo tempo em que assistia Hartung se legitimar como o grande líder político do Estado, dando o tom da disputa de 2014. Com o fundo, o governador reforça a base municipalista e reequilibra as forças, passando a dividir o controle do processo com seu antecessor.
 
Com R$ 200 milhões em caixa para liberar diretamente para os municípios, o viés eleitoral da medida é inevitável. Na eleição do próximo ano, os prefeitos não disputam, logo não têm nada a perder. Com o suporte do Fundo vão conseguir investir. 
 
A contrapartida dessa ajuda deve vir em 2014, quando além dos 22 prefeitos socialistas, Casagrande terá indutores de voto na maioria dos municípios. Garantindo o apoio do interior do Estado, o governador levará vantagem, já que na Grande Vitória, onde está mais da metade dos eleitores do Estado, ele já conta com o apoio do prefeito de Serra, Audifax Barcelos, que é de seu partido e administra o maior colégio eleitoral do Espírito Santo. Em Vitória, o prefeito Luciano Rezende (PPS) não esconde a pretensão de ser o grande eleitor de Casagrande na Capital.
 
A disputa pelo controle das articulações agora deve se acirrar entre o governador e seu antecessor. De um lado Hartung tenta blindar sua gestão com a intenção de desidratar o governo de Casagrande, para isso conta com o PMDB, o PSDB e o DEM, do presidente da Assembleia Theodorico Ferraço, pai do senador Ricardo Ferraço, que vem buscando espaço político como possível pré-candidato ao governo. 
 
Outro importante agente nessa disputa de poder nos bastidores é o mais novo tucano Guerino Balestrassi, que se lançou ao governo precocemente, saindo da equipe de Casagrande – era presidente do Bandes – e se colocando como candidato de oposição. Por outro lado, Casagrande tem a máquina a seu favor e o apoio dos prefeitos. Tem ainda até abril para aumentar sua visibilidade. 
 
Um ponto que pode ser decisivo nessa disputa antecipada é a definição da presidente Dilma Rousseff sobre quem será o puxador de seu palanque no Estado. O PMDB oferece Hartung e Ricardo Ferraço, com a vice do PT, mas não teria a confiança nem da presidente, nem da cúpula petista, devido à falta de empenho na eleição passada da presidente. Já Casagrande oferece um palanque neutro. 
 
Se o governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB) levar à frente a candidatura à presidência, o papel de Casagrande, único governador socialista no sudeste, não abraçando a candidatura própria, pode atrair a candidatura do PT no Estado.

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