Parlamentar bolsonarista causou outra polêmica recente ao desejar a morte de Lula

O deputado federal capixaba Gilvan da Federal (PL) se envolveu em um bate-boca com o seu colega de parlamento Lindbergh Farias (PT), durante audiência da Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados realizada na manhã desta terça-feira (29). A Polícia Legislativa chegou a ser chamada para controlar a confusão.
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, compareceu à audiência por conta de um requerimento assinado por dez deputados, dentre eles o capixaba Messias Donato (Republicanos). Na ocasião, Gilvan utilizou o tempo reservado a ele como líder da bancada do PL para fazer críticas ao governo do presidente Lula (PT), a quem chamou de “descondenado”.
“O senhor tem ciência de que participa de um governo corrupto? Um governo que saqueou a Petrobras, que saqueou os Correios, os fundos de Pensões…os maiores escândalos de corrupção do país se encontro no governo do senhor Luiz Inácio Lula da Silva, que foi condenado por corrupção e lavagem de dinheiro. Uma vergonha pessoas que se dizem honestas participando de um governo do qual esse descondenado (sic) deveria estar preso pagando pelos seus crimes”, afirmou Gilvan.
Logo em seguida, o deputado Lindbergh apresentou uma questão de ordem e mencionou o regimento interno da Casa, que impede aos deputados se refirirem “de forma descortês ou injuriosa a membros do Poder Legislativo ou às autoridades constituídas deste e dos demais poderes da República”. “Esse sujeito é um desqualificado! Pediu a morte do presidente…”, disse Lindbergh, antes de ter o microfone cortado e ser interpelado por Gilvan.
Deputados que estavam na sessão atuaram para separar os dois parlamentares, que estavam em fileiras diferentes do auditório. O presidente da comissão, Delegado Paulo Bilynskyj (PL-SP), pediu a presença da Polícia Legislativa. Logo após o apaziguamento, ele criticou Lindbergh pela forma como “usou” a apresentação da questão de ordem.
Essa, no entanto, não foi a única polêmica na qual Gilvan da Federal se viu envolvido por sua atuação política. No início deste mês de abril, a Advocacia-Geral da União (AGU) solicitou que a Polícia Federal (PF) e a Procuradoria-Geral da República (PGR) investiguem o deputado federal Gilvan da Federal (PL) por declarações feitas durante outra sessão da Comissão de Segurança Pública. “Por mim, eu quero mais é que o Lula morra!”, disse na ocasião, conforme citado por Lindbergh Farias.
Após a repercussão negativa, Gilvan da Federal se desculpou dizendo que “exagerou na fala” e que deveria “reconhecer seus erros”. Apesar disso, foi defendido pelo deputado estadual Callegari (PL). “(…) qual cidadão de bem quer esse infeliz vivo fazendo a desgraça que está fazendo no nosso país?”, disse em vídeo publicado nas redes sociais.
Gilvan da Federal é conhecido por frases e atos agressivos desde os tempos como vereador em Vitória. Em março último, ele foi condenado a pagar R$ 10 mil para a deputada estadual Camila Valadão (Psol) como reparação de danos morais, além fixar punição de um ano, quatro meses e 15 dias de reclusão. O caso ocorreu em dezembro de 2021, na Câmara de Vitória. Na ocasião, Gilvan mandou Camila calar a boca e a chamou de “satanista”, “assassina de bebê” e “assassina de criança”.
Em evento realizado no último sábado (26), Gilvan foi escolhido como o novo presidente do diretório do PL de Vitória. Ele chegou a ser lançado como pré-candidato ao Senado para as eleições de 2026, mas voltou atrás e tentará a reeleição. O PL trabalha atualmente com a pré-candidatura de Maguinha Malta, filha do senador Magno Malta, que quer vê-la ao seu lado no Congresso Nacional. Apesar disso, Callegari insiste em se colocar como pré-candidato a senador.